O anúncio da demissão de seis servidores médicos inflamou ainda mais os ânimos de parte da população e alguns vereadores na sessão ordinária desta quinta-feira, dia 14. A portaria de desligamento dos profissionais concursados do município de Caxias do Sul, diz respeito às faltas injustificadas. Há, também, outras infrações descritas nos processos que foram abertos no dia 17 de julho deste ano.
Além destes seis, outros 22 médicos estão sendo processados administrativamente e também correm um grande risco de exoneração. Todos eles, participaram da greve da categoria. Um dos temores de quem necessita do Sistema Único de Saúde (SUS), é que faltem ainda mais profissionais no setor.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Renato Oliveira (PCdoB), chega a declarar que o SUS, no município, está destruído. Ele acredita que os serviços públicos de saúde, com menos médicos a cada dia, pode entrar em colapso.
“Eu acredito que no caos já está e pode entrar em colapso. Devemos ter um ano muito difícil a partir de 2018. No caos já está quando começaram as demissões, a pressionar os médicos. Eu vejo com muita tristeza o que essa administração está fazendo com a saúde pública de Caxias. O SUS nosso está praticamente destruído”, diz Oliveira.
Em comunicado, a prefeitura disse que os médicos foram demitidos por possuírem mais do que 60 faltas. De acordo com o Estatuto do Servidor, o profissional que faltar ao trabalho perde o direito ao repouso semanal remunerado – o que inclui feriados, fins de semana e pontos facultativos.
A paralisação dos médicos foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), conforme decisão publicada no último mês de novembro. No despacho, o TJ não reconheceu o Sindicato dos Médicos como representante da categoria.
O presidente do sindicato, Marlonei dos Santos, ocupou a tribuna da Câmara e chegou a dizer que Daniel Guerra era narcisista e deveria se consultar com um psiquiatra.