Opinião

Vamos errar em questões mais difíceis, por favor

Vamos errar em questões mais difíceis, por favor


Faz poucos dias e escrevi aqui sobre a dualidade entre o bem e o mal e lembro de ter refletido sobre os diversos tons entre os dois extremos.

Pois há caso em que sim, é preciso mesmo optar pelo sim ou pelo não. Roubar ou não roubar/ condenar ou absolver/dar um passo à frente ou não.

Pois este fim de semana as redes sociais de órgão s de divulgação locais noticiaram um estupro de uma moça lá bairro Planalto. A menina, ainda com apenas 16 anos foi forçada a praticar atos contra seu deseja num mato da rua Xingú. Mas aí veio a informação de que era uma usuária de drogas. Foi o que bastou para que se lesse um festival de horrores, preconceitos e condenações. Conceitos medievais eu diria. Aquela coisa de dizer que ela contribuiu para a situação.

Gente condenando os pais que não a internaram, mulheres dizendo que quem estivesse com pena levasse-a para casa, etc, etc.

Não pode vir de outra fonte estas dezenas de disparates, que  não a falta de educação – na escola e em casa-  e da falta de amor no lar, a falta de uma estrutura sólida de conceitos morais, tamanha a estupidez. Ou seria gente buscando desculpa para seus próprios erros?

Convém lembrar que um erro não é desculpa para outro e que se alguém com dependência química merece menos apreço ou fica descoberta pelas leis, aí estaríamos num mundo definitivamente perdido. Sempre lembrando também que as pessoas que condenam a jovem e seus familiares, estão absolvendo alguém sem caráter que amanhã ou depois repetirá o gesto e a próxima vítima pode ser um moralista de plantão.

Então, se nem tudo é preto e branco; Grêmio ou Inter, tem momentos que é fácil demais escolher entre o certo e o errado. Por favor, vamos errar em questões bem mais difíceis do que esta.