Comportamento

Valor da cesta básica em Caxias do Sul tem alta de 1,66% em um mês

(Foto: Divulgação)
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O Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES) da Universidade de Caxias do Sul (UCS) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Caxias do Sul (IPC-UCS) e o valor da Cesta Básica, calculados com base no mês de janeiro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Caxias do Sul indica um aumento nos preços de 0,65% no mês de janeiro de 2022, contra uma alta de 1,63% do mês anterior. Com esse resultado, a variação percentual acumulada nos últimos doze meses alcançou 11,45% – correspondendo a um aumento médio mensal no período de 0,85%.

De acordo com o Instituto, do total de 320 subitens que compõem a estrutura do Índice de Preços ao Consumidor, 99 aumentaram de preços no mês em questão, 96 tiveram seus preços reduzidos e 125 permaneceram com seus preços inalterados.

No mês de referência, dos sete grupos de produtos que compõem o IPC, cinco apresentaram contribuição positiva para o aumento do índice: Habitação; Vestuário; Saúde e Higiene Pessoal; Educação, Leitura e Recreação; e Despesas Diversas. Já Alimentação e Transportes apresentaram variação negativa.

Já o custo da Cesta Básica passou, no mês de janeiro, para R$ 1.128,29. A alta foi de 1,66% (R$ 18,40) em relação ao mês anterior, quando custava R$ 1.109,89, e deve-se à alta nos preços dos produtos de alimentação.

De acordo com o professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Mosár Leandro Ness, o aumento nos preços se deve a dois principais vetores, o aumento do dólar e a estiagem.

“Na verdade nós ainda estamos sofrendo uma pressão de dois vetores. O primeiro continua sendo a elevação do dólar que vem contaminando sucessivamente e progressivamente o preço dos alimentos e do material de higiene e limpeza. Então nós temos na base de produção de vários desses itens, da cadeia produtiva, o dólar como formador do custo de produção. Seja nos produtos agrícolas, seja no insumo animal ou na medicação”, explica. “Outro vetor que nós temos de pressão sob os preços nesse momento é a estiagem. Nós estamos tendo agora uma inflação de oferta, porque com a estiagem a produção de hortifrúti granjeiro foi fortemente atingida, o que fez com que o custo de vários produtos que são comuns na mesa do trabalhador, do consumidor, acabasse por sofrer essa elevação de preço. Então nós temos aí desde fruta até hortaliças e os tubérculos, todos eles acabaram sofrendo com essa situação da estiagem que nos castiga nesse momento”.

O professor explica que o estudo do valor da Cesta Básica no município é realizado desde 1996 e ocorre de forma simples. Cerca de 430 famílias são consultadas para definir os produtos e quantidades utilizadas mensalmente, assim, é definida a formação da Cesta Básica. Com os, atualmente 47 itens, definidos, a instituição faz um levantamento de preço desses produtos em diferentes redes de supermercados.

“É como se nós fizéssemos o mesmo rancho com 47 itens todos os meses e aí somássemos o rancho, quanto estamos gastando nesse mês, comparamos com quanto gastamos no mês passado, e aí calculamos o valor da Cesta Básica”, relata.

No mês de janeiro, observou-se que, dos 47 produtos que compõem a Cesta, 28 aumentaram de preço, 18 tiveram seus preços médios reduzidos, e 1 permaneceu com seu preço inalterado.

Por ordem de contribuição positiva, entre dezembro e janeiro, destacaram-se pão caseiro, apresuntado, erva para chimarrão, alface e carne bovina. Os cinco produtos destaques na redução de preços são: capeletti, xampu, arroz (polido e parboilizado), detergente líquido e pêssegos em lata.

O especialista ainda ressalta que, para os próximos meses, a expectativa é que os preços ainda apresentem uma evolução. Porém, a longo prazo, até o fim de 2022, o aumento deve desacelerar. Hoje o município está com mais de 11% de aumento no IPC e a estimativa é que até dezembro essa taxa regrida para 6%.