Bento Gonçalves

Uvibra deve assumir papel do Ibravin que tem problemas no Tribunal de Contas

Uvibra deve assumir papel do Ibravin que tem problemas no Tribunal de Contas

Uma Assembleia Extraordinária nesta quinta-feira deve alterar os estatutos doa Uvibra habilitando desta forma a instituição, que reúne as indústrias vinícolas do Rio Grande do Sul, a firmar convênio com a Secretaria Estadual da Agricultura e assim receber a verba de 12 a 13 milhões do Fundovitis. O dinheiro, que serve para a promoção do vinho e seus derivados e é recolhido pelas indústrias vinícolas, está represado no tesouro do Estado desde janeiro. Naquele mês a Secretaria de Agricultura não renovou convênio com o Ibravin por que a entidade não teve as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas.

A mudança estatutária na Uvibra se faz necessária porque a lei prevê que o dinheiro do Fundovitis, criado ainda no Governo Britto, precisa ser gerido por uma entidade que tenha representação tripartite – indústrias produtores de uvas e cooperativas. Atualmente a Uvibra é formada apenas por indústrias.

O assunto permeou conversas nos corredores da ExpoAgas em Porto Alegre onde lideranças setoriais se encontravam na tarde de quarta-feira. Pelo menos três dirigentes de vinícolas envovidas na busca por uma solução ao impasse foram ouvidas pela reportagem do Leouve durante a semana mas pediram para não ser citadas porque entendem que “o terreno é escorregadio” e ninguém deseja qualquer motivo para desentendimento com a Secretaria Estadual de Agricultura.

Ibravin fora

A situação do Instituto Brasileiro do Vinho preocupa porque a entidade tem hoje 26 funcionários que não recebem salários integrais desde o início do ano. A quantia que receberam foi por conta de empréstimos de outras entidades do Setor como o Sindicato das Indústrias do Vinho. Entre estes funcionários alguns inclusive estão cedidos ao Laren -Laboratorio de Referência Enológica, responsável pelas análises físico-químicas em vinhos e derivados que é do Estado.

O que as lideranças ouvidas pleo Leouve fazem questão de frisar é que nos apontamentos feitos pelo TCE não há suspeita de fraude ou desvio de recursos, mas inconsistências como pagamento de um jantar à frente parlamentar do vinho em Brasília ou a ausência de cópias de passagens aéreas, entre outros. Os valores apontados não chegariam a 1% do montante movimentado pela entidade no período, que foi de R$ 36 milhões.

Técnicos da Secretaria de Agricultura e o próprio secretário Covatti Filho já estiveram diversas vezes em Bento Gonçalves para tentar encontrar uma saída ao impasse. A solução sugerida pela Secretaria é esta, que uma outra entidade assuma as funções do Ibravin. O problema é que o pagamento dos salários atrasados e até de eventuais rescisões de contratos não poderão ser pagos com os recursos hoje bloqueados. O mais provável é que entidades do setor se cotizem para arcar com a despesa.

A possibilidade de extinção do Ibravin ainda não é abertamente discutida. Inicialmente o desejo seria o de corrigir os procedimentos apontados e posteriormente impor um enxugamento da entidade.

Os apontamentos feitos pelo TCE se referem aos exercícios de 2012 a 2016 e todos vieram a conhecimento do Ibravin apenas no início do ano, não havendo margem para correção anoa a ano. As contas de 2017 e 2018 ainda estão em análise.