A Unimed Nordeste-RS realiza na quinta, dia 14, a primeira cirurgia robótica da Serra Gaúcha. O procedimento irá ocorrer no Centro de Cirurgia Robótica do Complexo Hospitalar da Unimed, a partir das 8h, quando um homem será operado de um hérnia inguinal – o tempo estimado da intervenção é de duas horas. A divulgação para a imprensa ocorreu na manhã desta segunda no Centro de Treinamento e Capacitação Cirúrgica do hospital, considerado um dos melhores do país. O espaço conta com um simulador realístico para treinamento dos profissionais, uma vez que o robô é operado por um cirurgião.
A cirurgia vai ser realizada pelo robô Da Vinci X, desenvolvido por uma empresa norte-americana. Entre seus diferenciais, está a garantia de uma intervenção precisa e minimamente invasiva, o que diminui os riscos de complicações e o tempo de recuperação do paciente. O equipamento possibilita a realização de procedimentos de diversas especialidades, como urologia, ginecologia, torácica, coloproctologia, cirurgia geral, cirurgia digestiva, cirurgia de cabeça e pescoço, entre outras. O investimento total da Unimed com a aquisição do robô e a estruturação do Centro de Cirurgia Robótica foi superior a R$15 milhões.
Para poder operar com a plataforma robótica, o cirurgião precisa estar certificado, ou seja, cumprir os critérios estabelecidos pela Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.311/2022 e pelas sociedades médicas. Atualmente, cerca de dez profissionais já estão capacitados no hospital e mais de 30 estão em capacitação.
O presidente da Unimed Nordeste-RS, Dr. André Germano Leite, destaca a introdução desta tecnologia, que pode revolucionar o tratamento cirúrgico com mais eficácia e segurança, como um momento histórico para a região.
“Por ser minimamente invasiva, a cirurgia robótica causa menos lesão nos tecidos, o que resulta em menos dor e uma recuperação pós-operatória mais rápida. O robô possibilita ao cirurgião ter uma visão mais ampla em locais de difícil acesso no corpo humano e permite acessar áreas que a cirurgia convencional não permitiria“, pontua.
Leite também adiantou que, em breve, deve ser anunciada mais uma aquisição para a cirurgia robótica do hospital, nas áreas de neurologia e traumato-ortopedia.
A coordenadora do Centro, a enfermeira Thaís Bordin, ressalta os desafios de implantação da tecnologia com infraestrutura, capacitação de equipe e aquisição de materiais. Ela observa que a robótica não está no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), contudo, informa que a Unimed irá ofertar para os pacientes um modelo híbrido de acesso ao serviço.
“Como a robótica não está no rol da ANS, o paciente paga a taxa do uso do robô, que são os custos com os materiais utilizados na cirurgia, e o restante é coberto pelo plano de saúde“, esclarece.
O sistema de cirurgia robótica existe no Brasil há 15 anos. No Rio Grande do Sul, está implantado em alguns hospitais de Porto Alegre. De acordo com Thais, a média inicial de cirurgias pela Unimed em Caxias do Sul deve ser de 15 procedimentos mensais, com aumento gradativo a medida que novos profissionais forem se capacitando.