A vida de uma jovem, que faria 24 anos na próxima quarta-feira, dia 29 de novembro, teve um desfecho violento e, até o momento, sem circunstâncias confirmadas. A caxiense Bruna de Lemos Rodrigues foi encontrada morta, na manhã do último sábado (25), dentro da piscina de uma casa, no bairro Praia Real, em Torres. Após uma hora e meia tentando reanimar a vítima, socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atestaram a morte às 7h20min.
O apontamento inicial do boletim de ocorrência da Polícia Civil, o qual o Portal Leouve teve acesso, indicava morte por afogamento. No entanto, o atestado do Instituto Médico Legal (IML) relata “óbito de causa indeterminada”. Agora, as autoridades aguardam o laudo médico para confirmar as causas da morte de Bruna de Lemos Rodrigues.
Para a mãe, Neura Teresinha Pereira de Lemos, 58, a filha não foi vítima de afogamento. Ela conta que o corpo da jovem apresentava hematomas e escoriações, e foi encontrado seminu nas águas da piscina da residência.
“Ela não tinha nem água no pulmão, sabe? Tava toda roxa, quebraram a unha dela, encontraram sangue nas cutículas. [Apresentava] sinal de briga, de luta. Então a gente quer saber, porque ela teve sinal de sofrimento, sabe? Ela tava arranhada, machucada, o rosto todo deformado. Quem conhece ela, sabe que era ela que estava dentro daquele caixão. Agora, quem não conhece, não ia dizer que era a Bruna”, descreve Neura.
A casa, localizada na Rua Belmiro Agostini, foi alugada por Bruna e um amigo para passar o fim de semana com outras pessoas. Os jovens partiram de Caxias do Sul ao litoral norte gaúcho no início da noite de sexta-feira (24). Neura relembra que o último contato que teve com filha foi por volta da meia-noite, ocasião em que a jovem estaria empolgada, enviando fotos e vídeos da residência.
“E daí… Depois não falou mais nada”, diz Neura.
“Eu sei que daí recebi a notícia da polícia de Torres [às 15h de sábado], dizendo que não tinha boas notícias, que eu tinha que ser forte. Tinham encontrado a minha filha boiando numa piscina de 1,20m. [Mas] ela sabia nadar”, afirma.
“Uma pessoa maravilhosa”
Neura, que tem outros dois filhos, uma mulher de 28 e um homem de 36 anos, descreve com carinho a filha caçula, com quem tinha proximidade. As duas moravam juntas na região do bairro São José, em Caxias. Educada, carismática, “uma pessoa maravilhosa”, são alguns dos adjetivos utilizados.
O afeto que Bruna recebia da mãe era passado adiante pela jovem. Afinal, Bruna era mãe de uma menina de 4 anos.
“Ela [criança] pergunta da mãe, porque o amor delas era, assim, incrível, sabe. Ela penteava o cabelo da Bruna, a Bruna arrumava ela”, recorda Neura.
“Uma tragédia. Acabou comigo, acabou. Eu quero só descobrir a verdade. Para mim amenizar a minha dor, meu sofrimento. Porque era minha filha caçula, nunca casou, sempre morou comigo. Até agora eu não tenho coragem nem de entrar dentro de casa. Eu só quero a verdade, eu só quero a justiça”.
Neura acrescenta que a filha sempre esteve à disposição para ajudá-la, também, com a venda de churros caseiros. Conforme a mãe, Bruna não tinha trabalho formal atualmente, pois estava priorizando os cuidados com a filha.
“Ela era uma guria excepcional, sabe? Ela não tinha maldade, o coração [era], assim, enorme”, emociona-se.
A despedida de familiares e amigos de Bruna ocorreu na manhã desta segunda-feira (27). O corpo da jovem foi sepultado no Cemitério Público Municipal de Caxias do Sul, às 10h.
Desfecho
Em contato com a reportagem, o titular da delegacia de polícia de Torres, Marcos Vinícius Veloso afirmou que deve detalhar o caso em entrevista, nesta terça-feira (28). Até o momento, não há confirmações sobre o caso. A polícia também solicitou imagens de câmeras de segurança de imóveis do entorno para investigar o caso.
“Estamos aguardando o laudo pericial e realizando demais diligências”, declarou o delegado.