O general da reserva do Exército e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), Hamilton Mourão, foi o palestrante da reunião-almoço desta segunda-feira, dia 6, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Polêmico, Mourão discursou para 230 empresários, políticos e filiados ao partido, que se fizeram presentes em uma agenda concorrida. Dezenas de pessoas ficaram de fora, por não conseguirem ingresso para o evento.
Dentre os temos abordados, é claro, a intervenção militar, por se tratar de um general da reserva. Enfático, Mourão se mostra contra uma nova ditadura no país. Segundo ele, hoje, este método apenas geraria uma espécie de guerra civil.
“O período de presidentes militares não foi ditadura. Querer qualificar aquilo de ditadura é ir contra a história. Era um governo autoritário? Era. Exercia de forma forte a sua autoridade. Mas, você tinha congresso funcionando, tinha judiciário funcionando, tinham partidos políticos… Tinha um instrumento de exceção? Tinha. Que vigorou por dez anos. Vamos lembrar que o governo do presidente Figueiredo não havia nenhum instrumento de exceção. Então, chamar de ditadura não é um raciocínio intelectual correto. Aquele período não foi uma ditadura. Ditadura foi a de Getúlio (Vargas 1930-45 e 1951-54). Agora, uma ditadura aqui no Brasil hoje, só vai nos levar a uma guerra civil”, diz.
Defensor das privatizações e do livre mercado, Mourão também destacou as reformas da previdência e política, que necessitam de atenção especial neste período.
“A reforma política já vem sendo tratada dentro do Congresso com a mudança do sistema de voto. Com esse voto proporcional que nós temos, dos 513 deputados, só 36 foram realmente eleitos pelo voto e isso acaba descolando o cidadão da pessoa que elegeu. A maioria das pessoas não lembra quem elegeu. A visão é irmos para uma eleição voto distrital, mais barata, e vai aproximar mais o político do eleitor”.
Já a reforma da Previdência, tema que alavanca as rodas de debates por todo o país, o general da reserva acredita que o modelo adotado deve ser alterado, inclusive para militares. De acordo com Mourão, o processo precisa ser transparente.
“A reforma da Previdência deve ser colocada imediatamente na pauta sem os paradigmas que estão ocorrendo, mas também tem que ser transparante. Uns dizem que tem deficit, outros dizem que não, então temos que chegar a uma conclusão de qual é a verdade. Não resta dúvida que nosso modelo previdenciário tem que ser mudado. Os militares, há algum tempo, já entraram nesta reforma”, conclui o candidato a vice de Bolsonaro.
Após a reunião-almoço, Mourão e comitiva visitaram uma vinícola em Caxias do Sul e seguiu viagem para Gramado, onde cumpre agenda nesta terça-feira, dia 7.
(Fotos: Maicon Rech/Grupo RSCOM)