A notícia caiu como uma bomba na semana passada nas redes sociais e dividiu ainda mais as impressões da população caxiense com o novo governo da cidade: a Festa da Uva não sai no ano que vem e será adiada até 2019.
Mas antes de simplesmente dizer que a cidade perde uma referência importante, que os recursos do turismo vão deixar de movimentar a economia e a geração de empregos, e que caxias perde um pouco de sua identidade, e olha que tudo isso é verdade, a gente precisa lembrar que não é de hoje que existem problemas na realização da festa.
E esses problemas precisam ser enfrentados e resolvidos.
E não precisa ir muito longe no tempo pra lembrar que a edição mais recente da Festa da Uva teve muitas denúncias de irregularidades no uso do dinheiro público, que, por sinal, não foram levadas adiante até agora, que ela amargou prejuízos e que engoliu muito dinheiro público.
E a gente também não se pode negar que é preciso sim encontrar um modelo sustentável pra festa da uva, como defende o prefeito Daniel Guerra, que a decisão pelo adiamento foi tomada pelo colegiado competente e pelas entidades que mais se interessam pela festa.
Por isso, embora seja chocante e que a maioria da sociedade pode não concordar com a decisão, nada se pode dizer do modo como ela foi tomada.
Além disso, a Festa da Uva já foi adiada outras vezes, já ficou muitos anos sem ser realizada, saiu de quatro em quatro anos, de três em três e muita gente defende que ela seja anual.
Portanto, debater a periodicidade da festa não é nenhuma grande novidade, e não dá pra fazer terra arrasada por isso.
Mesmo assim, a gente não pode negar que a sinalização é muito ruim pra cidade e pra toda a região, que perde uma referência forte de trabalho e tradição, e que a condição de simplesmente não ter dinheiro pra festa é aceitar a crise e suas consequências sem demonstrar a mínima capacidade de reação.
Por outros motivos, Bento Gonçalves já não realiza a sua principal festa, a Fenavinho, desde 2011, e neste ano comemora um cinquentenário melancólico desde a primeira edição ainda sem uma definição sobre o seu futuro.
Por isso, é preciso ter cuidado.
É preciso fortalecer a Festa da Uva pra que ela volte com tudo em 2019, como foi anunciado, e pra isso, vai ser preciso agora iniciar de novo, definir um novo modelo e voltar ainda mais forte.
E nesse processo, será preciso ouvir e engajar toda a sociedade nessa renovação. E, pra isso, será preciso muito esforço, habilidade política e, principalmente, muita vontade de acertar.
Assista ao comentário:
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