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Um caos em três atos

Um caos em três atos

Em toda a Serra Gaúcha, a realidade de crise financeira do estado e do país se repete e cobra um alto preço da população, principalmente na Saúde, que agoniza em um momento em que a economia enfraquece e não dá sinais de recuperação a curto prazo.

Enquanto isso, a população vive o drama da incerteza do atendimento nas três cidades mais populosas da região.

Em Caxias do Sul, em Bento Gonçalves ou em Farroupilha, a realidade é a mesma: poucos médicos, filas e longas esperas, sem esquecer as peculiaridades que agravam essa realidade em cada uma das cidades.

Em Caxias, o número reduzido de médicos faz com que o atendimento no Postão seja cada vez mais difícil, e, enquanto a prefeitura não consegue abrir a UPA da Zona Norte, não se vê uma solução a curto prazo. Ao contrário, o que se vê é o problema se agravar ainda mais por conta da ameaça de fechamento das emergências dos hospitais que atendem pelo SUS.

Em Bento, a carência de médicos também é um dos principais gargalos da saúde, que sofre desde o início do ano com uma restrição de serviços, principalmente no interior, que ainda não tem data pra acabar.

Em Farroupilha, o problema todo é agravado pela ameaça de fechamento do hospital São Carlos, que não consegue ser autossustentável.

Em todas essas crises, é evidente que há a responsabilidade local dos gestores, privados e públicos, mas há também um preço ampliado pela crise, que ajuda a formar esse caldo engrossado por mais de um milhão e 500 mil pessoas em todo o país que desembarcaram dos planos de assistência médica nos últimos meses e aumentaram a demanda pelo sistema público.

Isso sem contar a diminuição dos repasses do Estado, que só no ano passado retirou quase R$ 150 milhões da Saúde em uma atitude drástica de um governo que tem se mostrado uma verdadeira tragédia pra saúde da população.

Se os cidadãos são o verdadeiro termômetro da saúde, pois são eles que sofrem com a precariedade do atendimento e com a falta de recursos, o que se quer é que os governos assumam a responsabilidade de investir mais e criar condições de fixar os médicos, porque saúde não é gasto, mas investimento.

Mas, principalmente, porque a população tem necessidades plausíveis e palpáveis, e espera encontrar gestores realmente comprometidos e dispostos a enfrentar todos os desafios necessários pra fazer o que precisam fazer: atender bem a população. Simples assim.