EDUCAÇÃO

Universidade Federal destaca perspectivas sobre futuro campus na Serra Gaúcha

O documento apresenta diretrizes para a iniciativa, que busca ampliar a presença da UFRGS no interior do estado

Foto: Adroaldo de Souza Pinto/ Divulgação
Foto: Adroaldo de Souza Pinto/ Divulgação

A Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicou nesta semana um editorial no Jornal da Universidade sobre o projeto de implantação de um novo campus na Serra. O documento apresenta diretrizes e perspectivas para a iniciativa, que busca ampliar a presença da UFRGS no interior do estado e fortalecer o acesso ao ensino, à pesquisa e à extensão.

O texto reitera que estão garantidos recursos federais para a implementação, a contratação de pessoal, o capital e o custeio. Além disso, que o governo assegurou a ampliação do orçamento anual e a inclusão da Universidade no PAC Educação, voltado às instituições que aderiram à expansão.

O documento também ressalta a Serra Gaúcha que representa cerca de 12% da economia do estado, com forte presença nos setores industrial, agrícola e de serviços. Complementa que a presença da UFRGS nessa região permitirá desenvolver pesquisas de fronteira, promover agricultura sustentável e impulsionar serviços baseados em tecnologias avançadas.

Por fim, o editorial lembra que a Serra oferece um público potencial para graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. No entanto, trata-se de uma população trabalhadora, com vínculos familiares e profissionais que dificultam a mudança para Porto Alegre. Levar a UFRGS até essa população é garantir acesso à excelência, de forma inovadora e compatível com a realidade local.

Confira o editorial na íntegra:

Na trajetória das grandes universidades públicas, há momentos decisivos em que a visão de futuro se alia à coragem institucional para gerar transformações duradouras. A criação de um câmpus da UFRGS na Serra Gaúcha é um desses momentos.

A oportunidade é concreta. Estão garantidos recursos federais para a implementação, a contratação de pessoal, o capital e o custeio. Além disso, o governo assegura a ampliação do orçamento anual e a inclusão da Universidade no PAC Educação, voltado às instituições que aderiram à expansão. Essas garantias se apoiam em um histórico de valorização do ensino superior público, evidenciado ao longo de mandatos anteriores desta mesma gestão federal da educação. É uma oportunidade de a UFRGS recuperar a sua infraestrutura.

Mas o potencial dessa iniciativa vai além do apoio federal. A Serra Gaúcha representa cerca de 12% da economia do estado, com forte presença nos setores industrial, agrícola e de serviços. Trata-se de um território dinâmico, com alta produtividade e vocação para a inovação. A presença da UFRGS nessa região permitirá desenvolver pesquisas de fronteira, promover agricultura sustentável e impulsionar serviços baseados em tecnologias avançadas.

Hoje, as interações acadêmicas da UFRGS com a Serra são tímidas, diante do enorme potencial da região. Esse quadro começa a mudar. Já estão em curso negociações com agentes econômicos e governos locais, e dois fatores podem permitir acelerar esse processo: a presença física da Universidade na região e a adoção de processos administrativos mais ágeis. Desde o início da atual gestão, os prazos de aprovação para parcerias acadêmicas foram significativamente reduzidos — e novas melhorias já estão sendo encaminhadas ao Consun.

Mais do que ampliar o alcance da UFRGS, a nova unidade ajudará a sustentar o desenvolvimento da própria sede em Porto Alegre. Entre 12% e 17% do orçamento de custeio da Universidade já provém de receitas próprias, voltadas para terceirizações, assistência estudantil, restaurante universitário e despesas com água e energia elétrica. Ampliar a captação de recursos, especialmente com parcerias regionais, é fundamental para viabilizar melhorias estruturais no Câmpus Sede sem comprometer a assistência estudantil. A Serra Gaúcha é, nesse contexto, uma nova fronteira estratégica.

A região também se destaca pela demanda por educação superior de qualidade. Com crescimento populacional, baixa cobertura de vagas públicas e um contingente significativo de profissionais com ensino médio e superior que busca qualificação, a Serra oferece um público potencial para graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. No entanto, trata-se de uma população trabalhadora, com vínculos familiares e profissionais que dificultam a mudança para Porto Alegre. Levar a UFRGS até essa população é garantir acesso à excelência, de forma inovadora e compatível com a realidade local.

A expansão da UFRGS para a Serra Gaúcha não é apenas uma decisão geográfica: é um posicionamento institucional. É a escolha de crescer com responsabilidade, ampliar o impacto social da Universidade e fortalecer o papel do conhecimento como motor do desenvolvimento.

Como toda proposta transformadora, ela exige coragem. E coragem é marca registrada da UFRGS — fundamento da sua excelência e propulsora da sua inovação.