As forças ucranianas afirmaram nesta segunda-feira (9) que estão impedindo dezenas de ataques russos a Bakhmut e outras cidades na região oriental de Donbass. No 320.º dia de guerra, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, referiu-se ao pós-Natal ortodoxo como a “mais sangrenta” das batalhas. Ao mesmo tempo, Kiev nega as alegações do Kremlin, de que pelo menos 600 soldados foram mortos num ataque com mísseis.
A Rússia lançou, no domingo (8), sete ataques com mísseis, 31 ataques aéreos e 73 ataques de lançadores de foguetes, logo após a trégua unilateral decretada para o Natal Ortodoxo, segundo o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.
Em relatório citado pela Reuters, pode ler-se que as forças ucranianas “repeliram ataques a 14 assentamentos, incluindo Bakhmut”.
“Bakhmut resiste, apesar de tudo”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em seu tradicional vídeo noturno. “Embora a maior parte da cidade tenha sido destruída por ataques russos, os nossos soldados estão a repelir constantes tentativas russas de avançar”, acrescentou.
A cidade vizinha de Soledar também continua a resistir, “mesmo que haja uma destruição ainda maior e as coisas estejam muito difíceis”, afirmou.
Ao entrar no 320º dia de confrontos, Zelenskiy classificou os constantes ataques como a batalha “mais sangrenta” da guerra até agora.
A Rússia retomou a ofensiva depois de Vladimir Putin ter convocado uma trégua unilateral para o Natal ortodoxo durante o fim de semana, embora haja poucos sinais de que tenha ocorrido uma pausa na linha da frente.
Zelenskiy fez nova denúncia ao que chamou de falha da Rússia: “Os russos estavam bombardeando Kherson com munições incendiárias imediatamente após o Natal”.
“Houve ataques em Kramatorsk e a outras cidades de Donbass a alvos civis, no exato momento em que Moscou propôs suposto silêncio para o seu Exército”, afirmou Zelenskiy.
Contrainformação
Ontem, as autoridades russas alegaram que um ataque com mísseis em Kramatorsk, a noroeste de Bakhmut, matou 600 soldados ucranianos. Mas de acordo com repórteres da Reuters, “não há sinais óbvios de baixas observadas após o ataque”.
A equipe de jornalistas informou que visitou os dois dormitórios universitários que Moscou disse ter abrigado temporariamente funcionários ucranianos, na cidade oriental de Kramatorsk. Afirmou que nenhum dos edifícios tem indícios de ter sido atingido diretamente e que não há nenhum sinal de corpos ou vestígios de sangue.
Para Serhiy Cherevatyi, porta-voz militar ucraniano para a região oriental, os russos divulgaram a informação sobre as 600 baixas para mostrar forte resposta aos ataques de Kiev.
“Esta é uma operação de informação do Ministério russo da Defesa”, explicou Cherevatyi à emissora ucraniana Suspilne News.
Fonte: Agência Brasil