A Ucrânia, por meio do primeiro-ministro Denis Shmigal, afirmou que está “determinada” a seguir cooperando com os Estados Unidos para obter garantias de segurança na guerra contra a Rússia. A declaração vem após Washington anunciar que irá pausar sua ajuda militar ao país europeu.
Kiev afirmou que estava pronta para assinar “a qualquer momento” o acordo que permitiria que os EUA explorassem seus recursos naturais.
“A Ucrânia está absolutamente determinada a continuar sua cooperação com os Estados Unidos (…) um parceiro importante”, afirmou Shmigal, em uma coletiva de imprensa.
Um assessor da presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, disse nesta terça-feira que “estamos discutindo opções com nossos parceiros europeus”, no mesmo dia em que a União Europeia lançou um plano de rearmamento da Europa que poderia mobilizar até 800 bilhões de euros (4,9 trilhões de reais) para a defesa.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enviou uma carta aos líderes dos 27 países do grupo:
“A Europa enfrenta um perigo claro e imediato de uma magnitude que nenhum de nós jamais conheceu em nossa vida adulta”, afirmou.
De acordo com um funcionário da Casa Branca, após a troca de farpas entre Trump e Zelensky na última sexta-feira (28), “paramos e reconsideramos nossa assistência para garantir que ela contribua para a busca de uma solução” para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Armas e financiamento para a Ucrânia
Os Estados Unidos têm sido o maior doador financeiro e militar da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022. Desde então, os EUA, sob o comando do presidente Joe Biden, forneceu inúmeros equipamentos potentes e modernos, incluindo sistemas antiaéreos Patriot, para permitir que a Ucrânia se proteja do bombardeio russo.
De acordo com o Departamento de Estado, Washington forneceu 65,9 bilhões de dólares (385 bilhões de reais) em ajuda militar à Ucrânia desde a invasão. Mas nas poucas semanas desde a chegada de Trump, a posição de Washington em relação à guerra se inverteu completamente e até começou uma aproximação com a Rússia.
Reações de líderes mundiais
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, continua “concentrado em alcançar a paz” na Ucrânia e não será “distraído” pelo anúncio da suspensão da ajuda, afirmou o número dois do Executivo britânico, Angela Rayner. Na França, o ministro de Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, disse que a decisão de Trump “afasta a paz porque só fortalecerá a mão do agressor no terreno, que é a Rússia”.
Por sua vez, o Kremlin saudou a suspensão como uma “melhor contribuição” para a paz. Apesar do altercado de sexta-feira, que foi transmitido ao vivo pela televisão, o presidente dos EUA diz que o acordo sobre minerais ainda não está morto
O comandante em chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski, disse que um “míssil balístico Iskander-M com bombas de fragmentação” atingiu um centro de treinamento do Exército na região de Dnipropetrovsk, a mais de 100 km da linha de frente, no sábado, deixando “mortos e feridos”.