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Trump anuncia ataques a Síria para punir Assad pelo uso de armas químicas

Donald Trump deu ordem para os EUA atacarem a Síria e o regime de Assad, como punição pelo uso de armas químicas.
Donald Trump deu ordem para os EUA atacarem a Síria e o regime de Assad, como punição pelo uso de armas químicas.

Uma ação conjunta dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da França deflagrou um ataque contra alvos localizados em Damasco, a capital da Síria, nesta sexta-feira, dia 13. O anúncio foi feito pelo presidente norte-americano Donald Trump por volta das 22h no horário de Brasília. Trump afirmou que o objetivo dos ataques é “punir o presidente Bashar al-Assad” por um suposto ataque químico na cidade de Douma, perto de Damasco que matou mais de 40 pessoas.

Trump confirmou que o ataque é coordenado entre os três países, e colocam definitivamente as forças ocidentais dentro do conflito sírio, e confronta a presença de forças da Rússia e do Irã, que apoiam o ditador sírio. Ao decidir “punir” Assad contra o que classificou de “ato bárbaro” e cumprir as promessas de seus tweets, Trump repete a atitude adotada no ano passado, exatamente um ano daquele abril em que 59 mísseis Tomahawk foram disparados contra uma base aérea num ataque fracassado: a base aérea operava um dia depois do bombardeio.

“Agora há pouco ordenei às forças armadas dos Estados Unidos a lançar ataques precisos contra alvos associados a armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, disse Trump em pronunciamento na Casa Branca.

Na imagem da marinha americana, míssil tomawak é disparado do destróier USS Porter (Foto: Ford Williams/U.S. Navy via AP, File

Explosões foram relatadas até às 22h45min desta sexta-feira, em um bairro onde está localizado um observatório científico sírio, que teria sido atacado. Ataques a fábricas de produtos químicos e alvos militares também estão entre as missões, que são consideradas apenas como uma resposta ao governo sírio pelo uso de armas químicas, proibido pela Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de Armas Químicas e sua Destruição, que completa 21 anos em vigor no dia 29 deste mês.

A Alemanha se recusou a participar da ação militar coordenada na Síria, apesar de a chanceler Angela Merkel ter considerado o uso de armas químicas “inaceitável”.

“Esse massacre foi uma escalada significativa em um padrão de uso de armas químicas por aquele regime terrível”, disse o presidente. “O mal e o ataque desprezível deixaram mães e pais, bebês e crianças se debatendo de dor e ofegando por ar. Essas não são as ações de um homem. Elas são crimes de um monstro”, acusou Trump.

Os ataques foram precisos, apenas com caráter punitivo, um ataque direto contra o regime. Mas não representa uma declaração de guerra, apenas um aviso de que o uso de armas químicas não será tolerado. Os alvos  foram locais onde há suspeita de que estejam guardadas armas químicas, um centro de pesquisas e uma base militar. A resposta dos EUA foi combinada com Emmanuel Macron e Theresa May e terá o apoio militar da França e do Reino Unido.

 

Donald Trump deu ordem para os EUA atacarem a Síria e o regime de Assad como punição pelo uso de armas químicas.

Segundo Trump, o que aconteceu em Douma foi um “um ataque desprezível” que “deixou mães e pais, mulheres e crianças a debaterem-se com dores”, foram “crimes de um monstro”. Num recado directo para o Kremlin, o presidente norte-americano perguntou ainda: “Que tipo de nação quer estar associada com um assassino em massa de homens, mulheres e crianças inocentes?”

Mas Trump não pretende que as tropas norte-americanas fiquem muito tempo na Síria. “Estamos já ansiosos pelo dia em que possamos trazer nossos guerreiros para casa”, disse o presidente dos EUA na comunicação em Washington.