Em mais uma articulação na estratégia de atacar para se defender, o presidente Michel Temer realizou uma dança das cadeiras no ministério neste domingo, dia 28: ele trocou de lugar os ministros Osmar Serraglio, da Justiça, e Torquato Jardim, da Transparência.
A ideia é garantir na pasta da Justiça um nome com mais trânsito entre os magistrados das
altas cortes, principalmente neste momento em que a interlocução com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ser fundamental para tentar garantir a permanência de Temer na presidência na retomada do julgamento do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer no dia 6 de junho.
E o novo ministro já mostrou que conhece a missão: em uma entrevista concedida poucos dias antes da nomeação, Jardim disse que acredita que Temer conseguirá terminar seu mandato na Presidência a partir da votação das reformas da Previdência e trabalhista, e mandou um recado claro, afirmando que é provável e recomendável que aconteça um pedido de vista no processo no TSE.
Em outra disputa, o novo ministro já indicou que pode fazer o enfrentamento do governo com a Polícia Federal e o Ministério Público no âmbito da Operação Lava-Jato depois que o governo reduziu em um terço os recursos da operação.
Além de garantir uma interlocução mais forte com a Justiça, a troca de posições entre Jardim e Serraglio mantém o foro privilegiado ao deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), candidato a um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.