Transporte Público e Complan foram assunto na sessão Legislativa em Bento Gonçalves

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores corria tranquila na tarde desta segunda-feira – até a ordem de trabalhos do dia, normalmente invertida para que os debates só ocorram após as votações de projetos, foi mantida normalmente. Mas, já a primeira manifestação, por parte do vereador Agostinho Petrolli (MDB) pautou duas questões de amplo interesse comunitário: a nova licitação do transporte público e o papel do Complan.

Segundo Petrolli, que juntamente com outros vereadores visitou a direção da empresa Bento Transportes, é preciso colocar logo em votação a lei que regerá os parâmetros para a confecção do edital de concessão do transporte público. “Fizemos alguns pleitos lá na empresa e a direção nos fez ver que o contrato de concessão não contempla nossos pedidos. Então é urgente que votemos logo esta questão, sem prorrogar mais uma vez a concessão. O prefeito nos garantiu – prossegue Petrolli- que só fará o edital com a participação dos vereadores”. Em resposta ao pronunciamento, o presidente do Legislativo Rafael Pasqualotto diz que a qualquer momento projeto pode ser votado: “Não quis apressar para que não dissessem que tivemos pressa demais. No momento em que os vereadores entenderem ser possível traremos a questão à votação”. Anderson Zanella, presidente da Comissão de infraestrutura, disse que até o final da próxima semana os estudos conduzidos pela comissão estarão concluídos e que então provavelmente uma emenda coletiva será apresentada para que a lei seja votada.

A culpa é do Complan

Na mesma linha e seguindo colocações de Petrolli o presidente Pasqualotto fez forte manifestação criticando o Complan – Conselho Municipal de Planejamento. O órgão é um dos poucos com caráter deliberativo e, segundo Pasqualotto , discute ou amarra, o que a lei já prevê. “Mas se eles discutem o que já votamos aqui, sejamos francos, há interesses em jogo. Nós fazemos a legislação. Se eles têm dúvidas, que nos mandem e votamos aqui”, pontuou e fez menção de que na votação do novo plano diretor os vereadores podem mudar o caráter do Complan passando-o a consultivo. Pois no entender do vereador, o Conselho se opõe muitas vezes aos pareceres técnicos do Ipurb e diretrizes de um prefeito que foi eleito. O próprio Petrolli referendou este ponto de vista: “as discussões lá são muito subjetivas”, dando a entender que interesses pessoais prevalecem sobre o legislado.