Opinião

Tipicidade de um vinho

Tipicidade de um vinho


Por vezes, escutamos alguém usando a palavra tipicidade para definir que o vinho é típico. Mas típico do que? Isso soa muito como um esnobismo. Mas tem muito fundamento, e é a base da compreensão do que se está bebendo.

Bom, a tipicidade do vinho são todos aqueles fatores que formam o famoso: Terroir, ou seja, o solo, o clima, a cultura e a tradição. Portanto para saber o que é um vinho típico é necessário degustar e se concentrar para memorizar. Uma maneira de conhecer o que é um vinho típico é degustar a mesma uva de diferentes lugares. Por exemplo escolha um Pinot Noir da região de Borgonha na França, um Pinot Noir de Willamete nos EUA, e um Pinot Noir de Wairarapa na Nova Zelândia. Com certeza você sentirá a tipicidade da uva Pinot em cada um dos países, e você terá o seu favorito, assim quando se deparar novamente com o vinho, poderá reconhecer.

Outro truque, é começar a degustar vinhos pelas regiões e tentar conhecer as denominações de origem do mundo. Por exemplo, na Itália existem diversas denominações, então tente se concentrar em uma delas, como a região do Vêneto. Lá existem os famosos Valpolicellas ou Amarones, se você degustar vários deles, com certeza em uma degustação às cegas descobrirá qual é o Valpolicella e o Amarone, afinal são vinhos únicos e bem distintos.

Quanto mais você degustar e procurar entender o que cada região pode trazer, mais fácil fica para beber e apreciar vinhos com tipicidade.

Tipicidade pode ser…

Através da uva: aquela que você reconhece de primeira dentro da taça, por exemplo, Pinot Noir que destaca a cereja e o morango, tem uma bela acidez, é um vinho macio e elegante, mas se for cultivada no frio e regiões mais úmidas traz além das frutas vermelhas e alguma preta, um aroma mais animal, que lembra um couro, terra molhada ou até mesmo aroma de bosque (onde os franceses chamam de Sous boi). Ou seja, é possível reconhecer pela tipicidade que a uva apresenta, onde muitas vezes é inconfundível se o vinho for bem elaborado e tradicional. E claro, isso é possível com o passar do tempo e de muita degustação da mesma uva e de diversos produtores.

 

Através da região: muitas vezes podemos reconhecer os vinhos pelo país, região ou micro região, pois é tão característico que não tem erro, basta você ler e estudar sobre as principais regiões produtoras e seus principais vinhos e uvas, assim que você compreender que, por exemplo, um Beaujolais Nouveau (francês), é elaborado com a uva Gamay, e é um vinho frutado e leve, traz um aroma típico de framboesa e bala de goma, tem tanino muito macio e agradável, parece um seda na boca, sempre que se deparar com ele, possivelmente vai reconhecer.

Aqui ficam dois vinhos que são fáceis de serem reconhecidos na taça:

– Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, ele mostra nitidamente a explosão de aromas de frutas brancas, as vezes mais verdes ou então maduras (maracujá), tem uma típica grama verde, e no paladar uma acidez inconfundível.

– Barolo da região de Piemonte, na Itália. Ele nos traz a opulência de um vinho com muita concentração de fruta (as fruta são maduras, lembrando uma frutas seca ou até mesmo em compota), o corpo e toda a estrutura é relativamente alta. Para reconhece-lo basta sentir um tipo de bitter ou olina no olfato.

Tipicidade, é quase como colocar o uso dos termos Original ou Tradicional. “Este vinho é original da Toscana na Itália” ou “este vinho é um rótulo tradicional Chianti da Toscana”.

Mas é claro, também é fácil de se confundir, afinal são tantos rótulos e vinhos diferentes, e ainda hoje existe a tecnologia e técnicas, que todos os países do mundo desfrutam, ou seja é possível fazer vinho parecido com o vinho do vizinho.

Tim tim!!!