Polícia

Terceiro júri do caso Ronei Júnior começa nesta segunda-feira (11) em Charqueadas

Foto: Arquivo pessoal/Reprodução
Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

A terceira etapa do julgamento do caso Ronei Júnior acontece a partir desta segunda-feira em Charqueadas, na região Carbonífera. Dessa vez, o banco dos réus vai ter Cristian Silveira Sampaio, Jhonata Paulino da Silva Hammes e Matheus Simão Alves. Apontados como membros do chamado “bonde da aba reta”, os acusados respondem pelos mesmos crimes aos quais foram condenados os seis primeiros réus.

Apesar do rigor das penas impostas pelo conselho de sentença nos júris anteriores, nenhum dos envolvidos no assassinato do jovem, ocorrido há sete anos, está preso pelo crime. Isso porque todos acabaram beneficiados com habeas corpus preventivos, o que os autoriza a recorrer em liberdade. Esse já é o caso de Cristian, defendido pela mesma equipe de advogados que atuou em prol de Alisson Cavalheiro, julgado na semana passada.

Dez testemunhas serão ouvidas na terceira etapa do julgamento. Quatro foram solicitadas pela acusação, duas por Cristian, três por Jhonata e quatro por Matheus. O último indicou dois nomes em comum com Cristian e um em comum com Jhonata, o que acabou reduzindo o número de oitivas previsto para o júri. As três vítimas sobreviventes – Ronei Faleiro, Francielli Wienke e Richard de Almeida – também vão prestar novo testemunho.

Os jurados terão a tarefa de responder se os réus devem, ou não, ser considerados culpados do homicídio qualificado de Ronei Júnior, das tentativas de homicídio dos outros três presentes na cena do crime, associação criminosa e corrupção de menores. A expectativa é de que o júri leve dois dias para ser concluído. Em razão do habeas preventivo, todos devem sair pela porta da frente do foro caso a pena seja superior a 15 anos de prisão.

Esse é o último júri agendado em razão da morte de Ronei Júnior. Um décimo réu, Rafael Trindade de Almeida, denunciado depois dos demais, vai ser julgado um processo separado, ainda sem data definida.

Resultado dos outros dois julgamentos

Alisson Barbosa Cavalheiro – 35 anos e 4 meses de prisão
Geovani Silva de Souza – 41 anos e seis meses de prisão
Volnei Pereira de Araújo – 35 anos e quatro meses de prisão
Peterson Patric Oliveira – 35 anos e quatro meses de prisão
Leonardo Macedo Cunha – 35 anos e quatro meses de prisão
Vinícius Adonai da Silva – 38 anos, dez meses e 20 dias de prisão

Relembre o caso

Ronei Júnior morreu vítima de espancamento. À época dos fatos, todos os nove réus tinham entre 18 e 21 anos de idade. Sete adolescentes também foram apontados como suspeitos de participação no assassinato, sendo que três foram absolvidos e quatro cumpriram medida socioeducativa.

As defesas insistem na tese de que a vítima morreu em razão de um sangramento agravado por uma doença autoimune. O Ministério Público, no entanto, rechaça a tese dizendo que os laudos periciais feitos à pedido da investigação mostraram que o óbito resultou das agressões.

Segundo a investigação, os réus faziam parte de um grupo conhecido como “bonde da aba reta”. Ronei Júnior e um casal de amigos, Richard e Francielle, foram perseguidos na saída de uma festa que servia para arrecadar fundos à formatura dos jovens no ensino médio.

Primeiro, os agressores arremessaram garrafas contra as vítimas. Depois, cercaram o trio, que tentou entrar no carro do pai de Ronei, e agrediram o jovem com socos e chutes. A Polícia apontou como causa para o crime o fato de Richard ser de São Jerônimo, cidade vizinha a Charqueadas.

Os feridos chegaram a ser levados ao hospital de Charqueadas e, depois, ao hospital Santo Antônio, de Porto Alegre. Vítima de traumatismo craniano, o adolescente morreu na ambulância.

*Fonte Rádio Guaiba