Aproximadamente 50 taxistas se reuniram no final da manhã desta quinta-feira, dia 13, no centro de Bento Gonçalves, e trancaram o tráfego na Via del Vino para protestar contra a falta de regulamentação dos serviços do Uber e pedir a suspensão do aplicativo até que o serviço seja regularizado no município. O aplicativo Uber, que funciona no município desde fevereiro deste ano, tem mais de 50 carros circulando na cidade.
Eles pedem que o Uber seja mais fiscalizado em Bento e exigem uma audiência pública com o Poder Executivo, que deve receber uma comissão organizada pelos profissionais às 9h da próxima terça-feira, dia 18.
Atualmente existem 95 taxistas em Bento Gonçalves e 57 motoristas cadastrados na Uber e, de acordo com Maria Alice Basso da Silva, taxista há cerca de 20 anos e que faz parte da diretoria do sindicato dos taxistas, o movimento está prejudicado em mais de 70% por conta da concorrência.
“Nós estamos pedindo que tirem do ar o aplicativo porque estamos sendo prejudicados. Somos legalizados e pagamos nossos impostos em dia”, afirmou ela, que teme que o prejuízo seja ainda maior caso nada seja feito.
Esse receio é compartilhado por diversos taxistas, que relatam que estão precisando disputar espaço com os motoristas do aplicativo nos pontos reservados aos táxis e que há casos em que os motoristas agem como taxistas piratas.
Para o taxista Fábio Pacheco, enquanto não houver fiscalização e regulamentação do serviço, os taxistas seguirão prejudicados pelo que considera “concorrência desleal”. “É desleal com a nossa classe. Eles chegam e colocam os carros nos nossos pontos. A gente quer uma solução, uma regulamentação”, afirmou.
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O secretário de Mobilidade Urbana de Bento Gonçalves, Amarildo Lucatelli, garantiu que a prefeitura está estudando a regulamentação do serviço. “Nós já estamos trabalhando junto à Procuradoria, montando a regulamentação. Podemos garantir que vamos atender os taxistas sim”, afirmou.
O Uber começou a funcionar em Bento Gonçalves no início deste ano, e sua vinda foi intermediada pelo palestrante bento-gonçalvense Bruno Dreher, que conheceu o gerente de marketing do Uber, Luciano Freitas, em uma de suas palestras em Minas Gerais. A partir daí, Dreher, começou a conversar com ele para viabilizar a possibilidade de instalação do serviço em Bento Gonçalves.
Por que os taxistas ficam irritados?
Porque, para eles, trata-se de uma concorrência desleal. Para operar um táxi, o motorista precisa conseguir um alvará, uma licença especial emitida pelas prefeituras das cidades. Conseguir uma permissão dessas envolve uma boa dose de burocracia e até investimento. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura parou de emitir alvarás e quem quiser virar taxista tem que comprar ou alugar de alguém que tenha esse documento.
