Eu tenho razões para estar meio desiludida com o futebol: sou gremista roxa; meu time está se arrastando na Série B; o Grêmio não tem um time, só um amontoado de jogadores, uns muito bons e outros abaixo da crítica; e, da administração, não vou dizer nada, porque me vem à mente o rosto do Dênis Abraão e isso me provoca náuseas.
Mas não são essas as únicas razões do meu desânimo, nem ele decorre só das condições específicas do meu time do coração. O desânimo é geral, do futebol como um todo. E, o motivo é ele ter se constituído nessa fonte perene de violência dentro e no entorno dos estádios de futebol, e de gente que aproveita os eventos para destilar ódio e racismo; para agir feito bestas desumanas.
É verdade que há milhares e milhares de torcedores que vão aos estádios apenas apoiar o time de sua paixão; apreciar o espetáculo, enfim, torcer. Porém, há uma parte ínfima que estraga toda a beleza e a segurança do esporte; são criminosos e até assassinos, e não torcedores, que, de modo animalesco, vão para ver o sangue jorrar e o coração dos outros dilacerar.
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São aqueles que promovem desde ataques aos jogadores e torcedores adversários, dentro de ônibus e fora dos estádios, como dentro deles, não importando se ferem com palavras, gestos e ações; se sangram, cegam, mutilam ou matam, acham que faz parte do pacote.
Depois do feito, a gente fica esperando a ação da “Justiça” (devagar e sem pressa) e a dos Clubes, que nunca tardam em declarar que envidarão todos os esforços para identificar os torcedores faltosos, mas, cá entre nós, pouco fazem para bani-los dos estádios, porque têm outros focos de interesse.
Certo é que todos que vão, desde o deslocamento, não estão seguros; nem os atletas estão realmente seguros. Aliás, se eu fosse um deles, teria muitas exigências e reivindicações a fazer, inclusive em relação à responsabilização mais contundente de violências de atletas contra atletas, árbitros etc. que, não raro, enveredam para selvageria também. Melhor que eu fique só na desilusão.
