Após o pronunciamento do prefeito Daniel Guerra na manhã desta quarta-feira, dia 7, durante coletiva de imprensa no Centro Administrativo, sobre a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a diretora de saúde do Sindiserv e também membro do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Fernanda Borkhardt, rebateu os argumentos para a efetivação do Programa UBS+ com a terceirização do Pronto Atendimento 24h.
“A grande maioria dos médicos já sinalizou a exoneração caso sejam transferidos às UBSs, pois já existe uma organização em virtude de consultórios e outros compromissos profissionais”, salienta.
De acordo com o Borkhardt, outro fator que merece atenção são as especialidades. No atendimento básico, há uma grande demanda para ginecologistas e pediatras.
“Não há Ginecologistas no PA 24h e a capacitação profissional de médicos generalistas, inseridos nos Programas de Estratégia Saúde da Família (ESF), é um método eficiente de atendimento a crianças e adultos”, defende.
A criação de uma Residência específica para médicos que tenham perfil voltado o ao atendimento comunitário, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), já foi inclusive alvo de discussão entre Sindiserv e Secretaria Municipal de Saúde.
Outro alvo de crítica foi a atribuição de culpa ao Conselho Municipal de Saúde (CMS), pela falta de médicos, conforme explica a diretora de saúde do órgão.
“A gestão do serviço nas UBS compete ao Executivo. Transferir esta responsabilidade ao Conselho significa abrir mão da gestão. É uma grande falha colocar a população contra os conselheiros, que durante três anos, fora os porta-vozes das suas comunidades”, critica.
Por outro lado, o prefeito Daniel Guerra disse no evento, em resposta aos questionamentos, que sem o UBS+, Caxias seguirá com a falta de profissionais.
“A gente foi impedido de iniciar 2018 entregando a solução para a população de Caxias do Sul porque o conselho anterior indeferiu, não autorizou, que pudéssemos implantar o programa como foi apresentado para os conselheiros e para a comunidade. Então, eu peço a todas as pessoas que quando forem numa UBS, falem, registrem, mas procurem o seu representante no Conselho e peça a ele, diga: autorize o prefeito a implantar o UBS+. Enquanto não nos deixarem trabalhar, continuaremos tendo falta de profissionais nos serviços de saúde. Precisamos que haja sensibilidade, em especial do conselho de saúde”.