Comportamento

Setembro Amarelo busca prevenção do suicídio, em Garibaldi

O objetivo é alertar a população a respeito da realidade do assunto.

Foto: Priscila Pilletti
Foto: Priscila Pilletti

Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e, desde 2015, a campanha Setembro Amarelo busca chamar a atenção da população brasileira sobre a causa. O município de Garibaldi está engajado na campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, com o objetivo de alertar a população a respeito da realidade do assunto.

A divulgação sobre o tema e a importância da busca por ajuda é reforçada pelo material informativo disponível nas unidades básicas de saúde e neste mês em especial, também nas casinhas literárias do projeto “Bibliopraça: Borbulhas do Saber”. A secretaria de Habitação, Trabalho e Assistência Social organizou uma vitrine na sede da secretaria por estar engajada na divulgação da campanha com a temática: Fale! Ouça! Ninguém está sozinho!

Em todo o mundo, o mês de setembro traz a tona um tema delicado de ser abordado, mas que é justamente por meio da conversa que pode ser evitado. O ato intencional de matar a si mesmo é um grave problema de saúde pública, que envolve fatores socioculturais, históricos, psicossociais e ambientais.

A Secretaria da Saúde, através do Programa de Vigilância da Violência (PVV), conta com uma rede de atendimento à violência, onde os casos de lesões autoprovocadas, ideação suicida e tentativas de suicídio, são atendidos e prontamente encaminhados ao hospital para avaliação especializada. As capacitações realizadas nesta área prepararam os profissionais para um atendimento qualificado ao se deparar com pessoas que precisam de ajuda e que estão passando por dificuldades.

A coordenadora do PVV, Rose Foppa, explica que é preciso conversar com estas pessoas, dar amparo e encaminhar para profissionais. “Devemos ficar atentos para os sinais de alarme, como tristeza contínua, choro fácil, depressão, uso de algumas substâncias que aumentam a chance de cometer suicídio”, descreve a enfermeira.

Frases comuns e que não devem ser negligenciadas pela família, amigos ou profissionais:

“Eu preferia estar morto.”
“Eu não posso fazer nada.”
“Eu não aguento mais.”
“Os outros vão ser mais felizes sem mim.”

“Se você está triste, com dificuldades, fale com alguém de sua confiança, procure um amigo, uma unidade de saúde. Problemas existem e vamos aprender a superá-los. Busque ajuda que a sua vida é a melhor escolha” finaliza Rose. Este ano devido à pandemia, não haverá palestras ao público como nos anos anteriores.

Centro de Valorização da Vida de Garibaldi

Junto à Secretaria Municipal da Saúde também funciona um posto do Centro de Valorização da Vida (CVV), que disponibilizou estrutura física, onde voluntários prestam atendimento por telefone, visando a prevenção do suicídio. A pessoa que liga para o número 188 entra em contato com algum dos profissionais da rede em todo o país, que oferece ajuda por meio de uma escuta afetiva.

O CVV é mantido pelo Núcleo de Apoio à Vida de Garibaldi (NAVIGA), associação civil de natureza filantrópica, sem fins lucrativos. O trabalho é focado na escuta amorosa, onde o mais importante é o ouvir e voltar a atenção à dor do outro, enfatizando a acolhida e compreensão. Garibaldi tem um posto do CVV há três anos e conta com o trabalho de voluntários.

A voluntária do CVV Luiza, explica que em tempos de pandemia, a procura tem se mantido nesses números. O que muda é a dificuldade emocional, que agora envolve a pandemia, e sentimentos como o medo, ansiedade e solidão.

Atualmente, são em torno de 20 voluntários dos municípios de Garibaldi, Carlos Barbosa e Bento Gonçalves. “Temos no momento duas turmas de formação de novos voluntários na plataforma EaD, interessados podem fazer contato pelo e-mail [email protected]”.

No município foram registrados 1 caso de suicídio e 101 lesões autoprovocadas até setembro deste ano. Em 2019, foram 06 casos de suicídios e 101 lesões autoprovocadas.

Foto: Ana Biondo