O superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo, anunciou nesta segunda-feira (11) a implantação de uma escola de ensino médio com capacidade para mais de 1,5 mil estudantes junto ao Centro de Formação Profissional Senai Nilo Peçanha, no bairro Exposição, em Caxias do Sul. Na reunião-almoço da CIC, Colombo informou que as obras devem iniciar no segundo semestre deste ano, com previsão de conclusão em 2026 e início das aulas em 2027.
No telão, o superintendente apresentou a estrutura, que promete reunir laboratórios, salas temáticas e quadra poliesportiva, e promover ensino médio em tempo integral, ensino profissionalizante Senai e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Segundo Colombo, apesar de serem projetadas construções e adaptações, parte do prédio será preservada por se tratar de patrimônio histórico. O Nilo Peçanha deverá transferir sua operação regular para junto ao Instituto Senai de Tecnologia em Mecatrônica, no bairro Cruzeiro.
“O Sesi assume o Nilo Peçanha com Ensino Médio em tempo integral e educação de adultos à noite, nos dois modelos: o aluno vai aprender as competências do mundo do trabalho desse século XXI, ao mesmo tempo em que sai com uma perspectiva de educação técnica”, descreve.
O empreendimento faz parte de um programa que o Sesi do Rio Grande do Sul lançou em maio de 2022 prevendo investimentos de mais de R$ 300 milhões em complexos educacionais no Estado.
Cuidar das pessoas e ter lucro tem que ser pauta das empresas
“Demografia, cuidado e o futuro do trabalho” foi o tema da palestra do superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo, ao empresariado local nesta segunda. Ele alertou para a transição demográfica em curso e seu impacto direto no futuro do trabalho. Embasado em dados do IBGE, delineou um panorama da queda, verificada ano a ano, na taxa de crescimento populacional.
Em uma projeção, Colombo revelou que até 2040 é esperado que haja mais pessoas acima de 65 anos do que crianças de 0 a 14 anos. Esta inversão na demografia tem implicações profundas para o mercado de trabalho, exigindo uma revisão completa das estratégias de retenção de talentos, conforme o palestrante.
Para garantir a força de trabalho do futuro, Colombo enfatizou a importância de atrair talentos femininos e pessoas com mais de 60 anos, além de reter e desenvolver os talentos existentes. Ele ressaltou a necessidade de enfrentar a crise do cuidado, que afeta diretamente a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores, especialmente as mulheres. “75% do cuidado do mundo está associado à mulher”, citou.
No contexto empresarial, destacou a necessidade de integrar cuidado e lucratividade como pilares fundamentais das estratégias corporativas. Ele propôs que as empresas invistam em políticas de flexibilidade e apoio às necessidades familiares dos funcionários.
“Cuidar das pessoas e ter lucro tem que ser uma pauta da diretoria das empresas, ela não pode estar mais só no RH, ela não pode estar numa área de responsabilidade social, ela tem que ser vista como algo com um fator de sucesso. Faz uma pesquisa interna, vê como estão as pessoas, verifica por que as pessoas estão saindo. Será que não são por fatores que a empresa não poderia ajudar a conciliar? O cuidado exige flexibilidade”, sugeriu o superintendente.