
O Serviço Social da Indústria (SESI) de Bento Gonçalves se manifestou sobre a decisão de não ofertar mais o serviço de almoço aos estudantes do contraturno escolar. A medida, que gerou insatisfação entre pais e mães trabalhadores do setor industrial, foi apresentada pela instituição como parte de um processo de transição para um novo modelo pedagógico.
Conforme a manifestação do SESI-RS, o contraturno em Bento Gonçalves passa por mudanças para um formato com cinco trilhas de aprendizagem, voltadas à ampliação das experiências educacionais e ao desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Nesse contexto, a gestão da alimentação foi incluída como parte do processo formativo. A entidade ressalta que todos os alunos continuam recebendo lanche durante o período de atividades.
O SESI afirma que a decisão de não ofertar diretamente o almoço foi baseada em estudos técnicos, escuta das famílias e alinhamento estratégico com a proposta pedagógica. Entre os fatores citados estão aspectos econômicos, avaliação nutricional, viabilidade de serviços locais de alimentação, possibilidade de delivery, além de orientação nutricional e infraestrutura para armazenagem e consumo das refeições trazidas de fora.
A mudança ocorre junto à inauguração do novo complexo educacional do SESI-RS em Bento Gonçalves, prevista para 4 de dezembro de 2025. O novo contraturno tecnológico atenderá crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, no turno inverso ao da escola regular, com cinco trilhas: Robótica e Fablearn; Games e programação; Música, movimento e tecnologia; Teatro bilíngue; e Desafios do Conhecimento.
A instituição também informa que mantém políticas de bolsas, com gratuidade total para famílias com renda mensal bruta de até dois salários mínimos e bolsas de 25% para renda de até quatro salários mínimos. Segundo o SESI, considerando o período de transição e os custos adicionais com alimentação, a tabela de preços do modelo anterior foi mantida para alunos matriculados em 2025 que realizarem rematrícula para 2026.
Apesar do posicionamento, pais relatam que a retirada do almoço transfere às famílias a responsabilidade de reorganizar a rotina de trabalho e arcar com despesas extras, o que pode impactar diretamente trabalhadores com horários rígidos e pausas curtas. Para eles, a mudança gera insegurança e pode refletir na produtividade e na frequência ao trabalho.
O debate segue aberto entre famílias e a instituição, enquanto o tema levanta questionamentos sobre o papel social do SESI no apoio aos trabalhadores da indústria.