O Diário Oficial de Bento Gonçalves do último dia 30 de março pegou a população de surpresa. Na edição houve a convocação de aprovados em um concurso realizado ainda em 2108 para o cargo de assessor parlamentar. O fato é que dentre os nomes dos selecionados está o de um funcionário público envolvido no escândalo do desmatamento na BR-470
No dia que a PATRAM esteve no local e verificou o trabalho do maquinário, o indivíduo assumiu ser um dos responsáveis pela devastação de 26 mil metros quadrados de mata na região do bairro Santa Rita. Atualmente ele está sendo investigado por conta da questão e, segundo a assessoria da prefeitura, não já impeditivo legal para que ele assuma a vaga.
Ao explicar o porquê de o servidor estar apto para assumir a vaga caso apresente-se, a assessoria afirmou que “o Município possui uma demanda de 43 vagas de assessor administrativo em aberto e precisa suprir a necessidade de várias Secretarias acerca desse tipo de mão de obra. A lista dos convocados é do concurso de 2018, não podendo o Município ignorar a lista de aprovados. Inclusive em relação à última convocação de 35, apenas 8 aceitaram as vagas. Quanto ao servidor mencionado, não há impeditivo legal em assumir a vaga, mas a sindicância continuará de qualquer forma, assumindo ou não a vaga.”
Relembre o caso
No dia 17 de fevereiro, a Patrulha Ambiental do 3ºBPAT foi acionada por conta de um caso de desmatamento em um terreno às margens da BR-470, em Bento Gonçalves. O local, próximo também ao bairro Santa Rita, foi palco de destruição de área verde, inclusive de árvores nativas. Toda ação aconteceu ao longo de três meses e sem qualquer tipo de autorização ambiental. Ao todo, calcula-se que uma área de 26 mil metros quadrados tenha sido devastada por uma empresa que, supostamente, construiria loteamentos industriais no local.
O que aconteceu no local?
Uma equipe da Associação Ativista Ecológica de Bento Gonçalves descobriu o que estava acontecendo na região e foi até lá na quinta-feira (17) para averiguar. No local, ao confirmar o desmatamento, a AAECO fez o acionamento da PATRAM. A Polícia chegou até a cena do crime ambiental e pôde constatar que de fato não havia qualquer tipo de autorização do poder público municipal para ação. O caso é tratado por Gilnei Rigotto, diretor da AAECO, como um dos maiores desmatamentos já registrados na Capital da Uva e do Vinho.
Conforme informações, para conseguir chamar menos atenção para o corte das árvores e supressão do terreno, a empresa iniciou os trabalhos pelo centro do terreno, tendo assim uma cortina de vegetação para que autoridades não vissem ao passar pela região ou na rodovia federal.