A qualidade das ameixas colhidas nesta safra deverá compensar parcialmente as perdas ocasionadas pelas condições climáticas. Com uma área de 1.450 ha, a região da Serra é a principal produtora da fruta no Estado. Conforme estimativas da Emater/RS-Ascar, esta safra deverá ser 60% menor em comparação a uma safra normal, atingindo oito mil toneladas produzidas. A colheita se estende até janeiro.
O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini, explica que o inverno apresentou condições muito boas para as plantas, com bastante horas de frio e qualidade desse frio, porém, houve duas geadas tardias, no final de agosto e setembro, que afetaram o potencial produtivo das ameixeiras. “Nos meses de outubro e novembro, no crescimento da fruta, houve estiagem, afetando os pomares que não tinham irrigação, reduzindo o calibre da fruta. Mas a qualidade da fruta é excepcional, com cor, textura e sabor excelentes por causa do clima seco. Não tem doenças e pragas, reduziu 2/3 em relação ao ano passado a necessidade de tratamentos, o que impacta na menor exposição do produtor, no custo de produção e na segurança alimentar maior”, ressalta Todeschini.
Ainda segundo ele, com a oferta menor do produto e melhor qualidade da fruta, os produtores estão conseguindo um ótimo preço pelo produto, o que ajuda a recuperar as perdas advindas das condições climáticas.
A fruta produzida na região abastece o mercado interno, especialmente o centro do país, sudeste e nordeste. No município de Farroupilha, um dos maiores produtores da Serra, a família Pasa, que cultiva sete hectares de ameixeiras, espera colher de 50 a 60 toneladas da fruta. Apesar das adversidades do clima, Mateus diz que a expectativa é de uma boa safra, com frutas de ótima qualidade. Toda a área cultivada conta com tela antigranizo, que, segundo Mateus e o pai Olmar, ajuda a proteger do granizo, da geada, da radiação solar e do vento, além a fruta ficar mais sadia, não apresentar lesões e ter um calibre maior.