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Série de entrevistas com pré-candidatos ao Governo do Estado: Pedro Ruas (PSOL)

Realizadas no Jornal da Manhã da Jovem Pan Serra Gaúcha, os pré-candidatos falam sobre suas principais pautas e propostas de governo

(Foto: Jornal da Manhã JP/Reprodução)
(Foto: Jornal da Manhã JP/Reprodução)

A série de entrevistas com os pré-candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul nas eleições gerais de 2022, são realizadas no Jornal da Manhã da Jovem Pan Serra Gaúcha, onde o apresentador Maicon Rech conversa com os candidatos que apresentam suas propostas em 12 minutos, através de um bate-papo.

Nesta segunda-feira (02) quem participou foi Pedro Ruas (PSOL), que atua como vereador em Porto Alegre, sendo o segundo mais votado para a câmara no último pleito. Nas eleições de 2014 foi eleito como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O político destacou que, atualmente vivendo como pré-candidato, sente-se preocupado em relação a atual situação do Estado, que, conforme ele, atitudes de governos anteriores causaram muitas situações de revolta.

O futuro governador do RS iniciará o mandato sem o incremento de orçamento, o qual foi realizado nos últimos dois anos pelo governo federal por conta da pandemia. Aparentemente, esse valor foi usado para equilibrar as contas do Estado, ou seja, estariam sendo colocadas em dia. Para manter ou deixar o RS com uma saúde financeira estável, Pedro ressalta ser um problema “caótico”, e destaca um dos problemas com a Lei Kandir, a qual isenta o produtor primário de pagar ICMS sobre os produtos e serviços destinados à exportação. “Então, aquele produtor, principalmente da soja ou da pecuária, ele vendendo produto sem processamento e diretamente para o exterior, ele não paga tributo. Isso acabou com a nossa indústria, que, por exemplo, no caso da soja, indústria de farelo, indústria de óleo, nós tivemos um prejuízo grande que seria ressarcido pela União. Nunca foi. A União deve, só de Lei Kandir para o Rio Grande do Sul, R$ 115 bilhões. Isso são cálculos do governo estadual. São perdas muito grandes que nós temos, e ainda mais nessa adesão agora, do RS, ao regime de recuperação fiscal”. Ruas ainda diz ter o posicionamento contrário à adesão ao regime de recuperação fiscal, e que, além dele, outros candidatos tanto de esquerda quanto de direita, seguirão com o mesmo posicionamento.

Na questão que envolve os pedágios, onde o Estado optou por entregar os blocos de rodovias à iniciativa privada, a tarifa seria aumentada de forma exagerada, causando transtornos aos gaúchos. O político vê a situação como um problema mundial, “é um problema civilizatório, inclusive. Como alguém pega uma passagem, uma estradinha, um caminho, enfim, toma conta daquele caminho e diz assim “tu só passas se pagar tanto”. O pedágio é passar pra alguém o único meio de transitar em um local pagando. Na evolução civilizatória, o pedágio passou a servir para alguém que presta serviços de natureza imprescindível, como manutenção de estradas por um preço justo. Isso, no Brasil inteiro, não funciona assim. Não é apenas aqui, é um problema nacional. Esse exemplo da Serra é um absurdo. Esses valores são incompatíveis”.

Pedro Ruas declarou que valoriza a educação, e, além de ser filho de professor, ressaltou saber a necessidade de uma qualidade no setor estadual, além da valorização dos agentes da educação. O político citou, inclusive, o mandato de Leonel Brizola, onde por orientação de Darcy Ribeiro, na metade dos anos 80, foram criados os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), “onde a criança tinha café da manhã, estudava, tinha almoço, acompanhamento nos temas, odontológico, médico, tinha ainda, no final, a possibilidade diária de alimentação como janta, e, finalmente voltava pra casa. O que era isso? Em primeiro lugar, mostrar que uma criança não podia aprender estando desnutrida. E segundo, e aí vem o grande conceito: o que pode dar igualdade e oportunidade na sociedade é justamente a educação. Sem educação pública e de qualidade, a criança que entra numa escola sem essa referida qualidade aos sete anos, tem o chamado “destino social”. Em dez anos ela não terá chance de ter acesso a uma universidade pública, não terá os melhores postos de emprego na sociedade, ou seja, é realmente a educação que pode dar um nivelamento social”.

No que diz respeito ao Estado ser ou não atrativo em investimentos na busca de gerar empregos, Ruas destaca que precisa ter cuidado nessa questão, ao que e a quem sairá mais beneficiado: o empreendedor ou o trabalhador. “Nós temos que ter muito cuidado com isso. “Vamos dar dinheiro para o empresário, mas eles vão gerar empregos”, sim, gerar cinco. Ganham R$ 380 milhões, tem que ter cuidado. Eu acho que é importante a atração de investimentos, muito importante. Agora, o tipo de beneficiamento que terá o grande, médio empresário, tem que ser compatível com o retorno social que ele dê. E esses cuidados nós somos obrigados a ter”.

Confira o bate-papo realizado com o pré-candidato: