Um seminário para cães de trabalho foi realizado durante o último final de semana em Farroupilha. Com duração de sexta-feira a domingo, o evento reuniu dezenas de pessoas, que se qualificaram através do ensinamento de três instrutores com vasta experiência no segmento.
O evento iniciou ainda na sexta-feira (05), na Escola Country Kennel em Farroupilha, com as teorias ministradas pelo instrutor Paulo Ferreira, que destacou a importância de realizar esse treinamento para os tutores de cães que possam auxiliar vítimas de catástrofes:
“O seminário para cães de trabalho aqui Farroupilha já fazia muito tempo que queríamos organizar, eu como diretor da Country Kannel falarei sobre a psicologia canina, questão de cães abalados pelas enchentes em que necessitarão de ajuda, diante disso, a gente passa esse conhecimento no nosso curso. Nesse evento, a gente tem pessoas que vem para ter um conhecimento justamente para estar preparado, principalmente após observarmos poucos cães aptos a trabalharem, como por exemplo, em resgate e auxilio em possíveis enchentes” destaca o instrutor.
Durante o curso, foram passados diversos ensinamentos como: noções de faros, associações de odores, tubo de treinamentos, toalha e caixa de odores, sistema de recompensa, planejamento e aplicação do cão noturno, cone de cheiro, odor residual e inebriante, busca em residência, veículo e bagagem, cães de proteção pessoal e patrimonial, cães de busca de pessoas, passiva ativa, figuração para trabalho real, psicologia canina , trabalho tático, estático e dinâmico, entre outros.
O Policial Militar na Reserva Sargento Cabreira, com mais de 30 anos, especialista em cães farejadores, de drogas, armas e explosivo comentou sobre as benfeitorias que o cão pode trazer para as pessoas:
“A qualificação que a gente trouxe, com tantos anos de experiência, faz com que o público desperte e mostre aquilo que o cão trás em benefício ao ser humano. A gente busca que as pessoas reconheçam as benfeitorias do cão e também despertar as novos adestradores, que também podem preparar cães, para que daqui a pouco, possam certificar esses cães numa questão de busca colapsadas, buscas de pessoas perdidas na mata, de busca e captura de algum criminoso, então a gente propõe isso neste seminário, despertar o interesse” frisa Cabreira.
Durante o treinamento na prática, é necessário ter um figurante, diante disso, Andinho foi o responsável pela atuação e que saiu de Santa Catarina, onde tem uma escola de comportamento e adestramento de cães, e explicou sobre como é ser um figurante nesses cursos especiais para cães de trabalho:
“Hoje eu vim fazer o papel de figurante, que é aquele cara que se esconde na mata para fazer uma busca e captura, para ensinar o cão a procurar uma vítima ou até mesmo um meliante que se escondeu. Também sou um formador de cão para segurança, então hoje estou aqui para dar um suporte e um auxílio para este seminário” complementa o profissional.
O Sargento Rodrigues, de 74 anos, ex-policial da Brigada Militar, há mais de 35 anos trabalha com cães e comentou o principal objetivo de estar levando o seu vasto conhecimento no quesito animal:
“O objetivo é trabalhar e procurar passar conhecimento de como se faz um cão de busca de pessoas, tanto no caso de passiva, de busca em mata, de pessoas mortas, em caso de desaparecimento por deslizamentos e essas situações que passamos recentemente. Também vamos orientar de como faz para o cão saber buscar e capturar pessoas que estão em fugas. A ideia é habilitar e dar uma noção para essas pessoas possam treinar os seus animais” relata o instrutor.
A médica veterinária Michele de Andrade, moradora de Caxias do Sul e procurou o seminário em Farroupilha para entender mais sobre o comportamento dos cães, principalmente após esses momentos de irritação por parte dos animais com as catástrofes dos últimos meses no Rio Grande do Sul:
“Como eu trabalho bastante na questão de maus tratos, é importante o veterinário saber a base da psicologia do cão e a partir do comportamento que ele demonstrar, saber a melhor maneira de abordar. Porque um cão de rua, um cão que foi atropelado, e aquele que sofre alguma agressão física, provavelmente vai demonstrar através de sua conduta e seus movimentos e com esse conhecimento, vai permitir chegar mais próximo de um um diagnóstico. É importante saber diferenciar o que é uma técnica bem aplicada, então pelo o que estou vendo e buscando aqui, a maioria dos médicos veterinários sabem fazer um diagnostico, mas ainda não sabem ler a parte comportamental do cão e por isso que eu estou aqui,” destaca a médica veterinária.
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