Caxias do Sul

Sem receber há três meses, funcionários da Guerra protestam na BR-116

Cerca de 70 funcionários foram a BR-116 e protestaram na frente da fábrica. Foto: (Maicon Rech/Grupo RSCOM)
Cerca de 70 funcionários foram a BR-116 e protestaram na frente da fábrica. Foto: (Maicon Rech/Grupo RSCOM)

Mais um imbróglio envolvendo Guerra S.A. veio à tona nesta sexta-feira, dia 14. Desde as primeiras horas da manhã, cerca de 70 funcionários da empresa protestavam em decorrência do atraso de três meses nos pagamentos dos salários.

Cerca de 70 funcionários foram a BR-116 e protestaram na frente da fábrica. Foto: (Maicon Rech/Grupo RSCOM)

De maneira intermitente, os manifestantes bloqueavam o tráfego de veículos na BR-116, em frente à fábrica no bairro São Ciro, em Caxias do Sul. De cinco em cinco minutos, sob os olhares da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a rodovia era bloqueada. Por volta das 08h40min, os trabalhadores liberaram a via totalmente.

Segundo Luiz Antônio Boeira, o “Luizinho”, que trabalha há 14 anos na Guerra, os problemas enfrentados vão desde os atrasos salariais até cortes no plano de saúde.

“Nós temos vários problemas com a Guerra. Antes, era uma empresa muito boa de trabalhar. Agora, com esse grupo que veio de fora, os caras são muito “sem vergonha”, caloteiros, tudo que tu imaginar eles são. Eles estão querendo aplicar várias coisas em nós. Uma delas é a falta de salário. Já estamos há três meses sem receber. Outra coisa, o plano de saúde cortaram. A gente tá enrolado até o pescoço com eles. Tem muita gente passando fome já”, diz o funcionário.

Anderson Finger, que trabalhou oito anos na Guerra, demitido da empresa em novembro do ano passado e que até agora não recebeu nenhum valor da rescisão, diz que muitas famílias estão sobrevivendo com auxílio de cestas básicas da Fundação de Assistência Social (FAS).

“Nós estamos aqui tentando manifestar de qualquer jeito. Tentando chamar a população, para a população saber o que estão fazendo com nós. Nós somos gente do bem. A gente simplesmente quer só o que é nosso. Eles não querem saber se a gente está necessitando ou não, se o povo está precisando. Nós estamos vivendo com cestas básicas ofertadas pela FAS, sabe o que é isso? A gente tem que entrar no mercado e a família necessitando, os filhos pedindo e a gente não pode comprar. É horrível. Não precisamos brigar com ninguém, só queremos o que é nosso de direito”, reforça Finger.

Com pedido de recuperação judicial em aberto desde 2015, a empresa Guerra está com as atividades paralisadas há cerca de dois meses, o que gera grande preocupação dos mais de 700 funcionários. No dia 5 deste mês, o plano de recuperação judicial não foi aprovado por todos os credores e o documento voltou para o poder judiciário, que pode homologar o pedido se considerar a proposta financeira viável, mesmo sem a concordância de todos os envolvidos.