"Sem dinheiro não tem obra", diz secretário de infraestrutura de Porto Alegre

O secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Elizandro Sabino, foi entrevistado na Rádio Jovem Pan Grande Porto Alegre nesta segunda-feira (20).

Confira os principais destaques da entrevista concedida ao jornalista Fabiano Brasil:

Porto Alegre esburacada
“Quem anda na cidade, tem seu veículo, hoje vivencia essa realidade, que é a situação dos buracos nos asfaltos. Essa tem sido uma demanda permanente que nós temos recebido por parte da população. A secretaria em que nós estamos à frente, de infraestrutura e mobilidade urbana, abarcou a divisão de conservação de vias urbanas, que cuida exatamente dessa parte da Operação Tapa-Buracos, que envolve a segurança viária da cidade. Nós estamos a cada dia trabalhando muito para tentar resolver essa questão. Nós temos uma cidade em que o asfalto foi sendo colocado sem uma análise através de laudos estruturais, como da base, sub-base e macrodrenagrem do local. Quando você aplica o asfalto em um local que não tem uma estrutura para drenagem nem uma estrutura de base e sub-base, o asfalto vai estourar. Principalmente depois das chuvas. Aí o buraco vai aparecer. Existem alguns buracos que são resultado de problemas de rede, seja do DMAE, seja do DEP. Nós estamos trabalhando no sentido de resolver isso. A verdade é que o problema hoje é financeiro. Quando assumimos, nós tivemos o fornecimento dos insumos por parte do fornecedor por um período. Depois, em virtude do não pagamento do município, essa empresa parou de fornecer. Não tendo insumos, não tem produção de asfalto. Não tendo produção de asfalto, a cidade fica esburacada. Nós conseguimos regularizar isso por um período. Agora, em virtude da crise e da situação financeira, incluindo o parcelamento dos servidores, nós tivemos prejudicados diversos serviços na cidade de Porto Alegre, sendo um deles a Operação Tapa-Buraco. Agora estamos retomando esse serviço. Nós temos uma nova empresa vencedora no processo de licitação de fornecimento de insumos. A previsão é em dezembro estar com o fornecimento de insumos, retomar a produção de asfalto e ter condições de tapar os buracos e ter uma cidade com trafegabilidade, de uma forma que possamos ter uma segurança viária.”

Entrega das obras da Copa 2014
“As mais próximas de finalizar são as trincheiras da Ceará, Anita e Cristóvão, que são vitais. A da Ceará está 95% pronta, são detalhes que faltam. É uma solução de mobilidade extraordinária, 75 mil veículos por dia. Resolvendo esse problema, nos temos uma solucao de transposição de veículos muito especial. Além do comércio, porque ali o comercio sofreu muito. Entretanto, as obras da Copa dependem de um financiamento que já foi aprovado na Câmara de Vereadores de 120 milhões, que são necessários para pagar pendências. A partir do momento em que este financiamento seja efetivado através de um banco, nós vamos conseguir dar conta dessas obras da Copa. Temos nesse contexto ainda duas obras que não iniciaram, na Voluntários e na Plínio. Ainda tem a obra da Tronco, na zona sul, uma grande obra. Essa falta muito, temos algo em torno de 35%.”

“Realmente é um grande desafio. Precisamos ter dinheiro. Sem dinheiro não tem obra. Infelizmente, nós assumimos com essa realidade das obras da Copa que estavam com essas pendências. As empreiteiras, não recebendo, simplesmente deixaram o canteiro de obra e pararam de atuar. Tudo depende do dinheiro. Seria uma grande felicidade pessoal na minha gestão poder entregar as trincheiras da Ceará, da Cristóvão. Nós dependemos da liberação do dinheiro. Tendo dinheiro, nós entregamos a obra.”