Segundo a Corsan, barragens de Bento Gonçalves, Farroupilha e Garibaldi apresentam bons níveis

Embora o verão tenha começado há apenas duas semanas, o calor e a forte estiagem que atingem o Rio Grande do Sul tem causado prejuízos e preocupação. O sul do país, cuja economia gira em torno do agronegócio já sente os efeitos das poucas oscilações. Até o último dia 2 de janeiro, 96 cidades do estado já haviam decretado estado de emergência por conta da falta de chuvas.

Além dos prejuízos nas lavouras de soja e milho, na região da Serra Gaúcha, algumas plantações de uvas já não poderão ser colhidas dados efeitos da estiagem. Conforme os dias passam e as chuvas não chegam ao estado, as perdas vão agravando progressivamente.

A vegetação seca também causa outro problema: Facilidade na geração de incêndios. No mês de dezembro, o Corpo de Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul teve uma média de cinco casos por dia. Normalmente, estas queimadas ocorrem por conta de ação humana. Os motivos mais comuns são fogo proposital para “limpeza” e restos de cigarro que são jogados nas rodovias.

Apesar de a Serra Gaúcha não ter cidades em situação de emergência por conta da estiagem, a equipe de reportagem do Grupo RSCOM visitou as barragens de Garibaldi, Bento Gonçalves e Farroupilha.

A Companhia Rio-Grandense de Saneamento fala na Barragem de São Miguel, responsável por abastecer Bento Gonçalves, com otimismo em relação as marcas apresentadas neste inicio de 2022. Atualmente, o reservatório está com 1,5 metro abaixo do nível de transbordo, o órgão afirma que a marca é considerada boa e normal para esta época do ano.

Barragem do Buratti, responsável por abastecer Farroupilha

O reservatório de Farroupilha, situado na região do Buratti, está um metro abaixo do nível, porém, o gerente da Corsan da cidade destacou tranquilidade pois as previsões para chuvas em janeiro para o estado são animadoras e devem elevar a marca da água.

O gerente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) de Farroupilha, Elton Luiz Ernzen, para falar sobre a situação da barragem do Buratti, que abastece o município.

Conforme Erzen, a situação é de bastante tranquilidade com relação a barragem. Ele confirmou que ela está cerca de um metro abaixo do nível ideal, mas que essa situação não causa preocupação e nem exige que a companhia tome alguma medida mais drástica.

Ele comenta que mesmo abaixo, a situação é muito melhor do que se viu no começo do ano, quando o nível ficou critico, inclusive com a utilização do chamado volume morto.

“O problema foi que no ano passado ficamos muito tempo sem chuvas, foi praticamente até maio sem nada considerável. Então, considerando que estamos em dezembro e as expectativas são de que em janeiro tenhamos uma boa quantidade de chuva, esperamos que o sistema de uma normalizada, se não no nível normal, dentro de um padrão aceitável. Porém, seguimos pedido que a população siga com o uso consciente da água”, disse.

Em Garibaldi, o nível da água esta cerca de 70 centímetros abaixo do nível. Apesar da marca, o nível é normal para época do ano, principalmente levando em conta o fenômeno La Niña que reduz o nível de precipitações ao esfriar as águas do oceano.

Embora haja otimismo em relação as tão aguardadas chuvas que estão previstas para este mês de janeiro, a Corsan pede que a população tenha responsabilidade com os recursos hídricos. Em entrevista ao Grupo RSCOM, o gerente da Companhia Rio-Grandense de Saneamento em Bento Gonçalves, Marciano Dal Pizzol, salientou que o período de estiagem exige atitudes especiais para preservação da água.

“É sempre bom lembrar que mesmo com a barragem sendo considerada em um nível bom, que se faça o uso consciente da água, que se faça um uso racional, se evite desperdícios com a lavagem de imóveis, pinturas, lavagem de calçadas… enfim tudo o que não for necessário o uso da água potável. (…) A gente pede que o cidadão também faça esse consumo consciente tendo em vista que temos previsão de um verão muito quente, muito seco. (…) Também dependemos de tempos bons com boas precipitações de chuva para que o nível se mantenha bom e considerado suficiente para abastecer a população de Bento Gonçalves.” Destaca

Como citado anteriormente, o mês de janeiro tem previsão de chuvas. O Instituto Nacional de Meteorologia) prevê chuvas entre Normal e Acima da Normal para este primeiro mês de 2022, com valores acumulados que podem ficar acima dos 160mm na Fronteira Oeste, Campanha e Região Central. Vale lembrar que, nos cinco últimos anos, de 2017 até 2021, todos os meses de janeiro tiveram precipitações acima da média, se não em todo o Rio Grande do Sul, ao menos em boa parte do território. Isso dá maior confiabilidade nesta previsão que está sendo colocada.

Os meses de fevereiro e março devem apresentar níveis de precipitação entre os considerados normais ou, um pouco abaixo do normal.