Bento Gonçalves

Secretário de Saúde dá explicações para tentar barrar CPI

Secretário de Saúde dá explicações para tentar barrar CPI

Uma reversão de expectativas aconteceu na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves na tarde desta segunda-feira. Quando o vereador Moacir Camerini, proponente da CPI para apurar o vazamento de um áudio em que duas médicas trocaram acusações e desmandos na Secretaria de Saúde, esperava ver instalada a Comissão Parlametar de Inquérito, o que aconteceu foi diferente. Além de não ter dado sequência à instalação da CPI, alegando que o prazo não se esgotava ali, o presidente Rafael Pasqualotto abriu espaço de 30 minutos para que o secretário Diogo Segabinazzi Siqueira falasse sobre o funcionamento da Secretaria e as providências tomadas em relação ao fato.

Antes de se pronunciar, o Secretário precisou ouvir um bate-boca entre o primeiro secretário da mesa Jocelito Tonietto e o vereador Camerini, ambos do PDT, que momentos antes já havia se exaltado e acusado o presidente Pasqualotto de tentar obstruir a investigação da CPI. O vereador de oposição ainda avisou, dirigindo-se ao Secretário: “O senhor não pense que vai ficar nesta conversinha aqui, vamos dar seguimento à investigação e iremos ao Ministério Público também”, alertou Camerini.

A gravação que deu origem à proposição de CPI revela uma discussão entre duas médicas expondo descumprimento de horários por uma delas que saia do trabalho para amamentar e a inexperiência de alguns médicos.

O Secretário Siqueira revelou que o fato ocorreu em outubro e que tão logo a discussão chegou ao seu conhecimento foi solicitada à empresa terceirizada (Atena) o desligamento de ambas e mais tarde do próprio coordenador médico da Secretaria. “Havia uma briga por poder e resolvemos não encampar a versão de nenhum dos envolvidos”. Sobre a inexperiência de médicos, disse que os mais novos pegam as fichas amarelas, que são casos mais simples. Invocou ainda o testemunho de vereadores , a quem seguidamente solicitava indicações de profissionais médicos que queiram trabalhar com a prefeitura.

Siqueira ainda revelou que a partir e 2017, por ordem do prefeito Pasin, passou a acontecer uma mudança na forma de contratação dos profissionais médicos. “Reduzimos a terceirização e passamos a contratar direto pela prefeitura, pois estava ficando muito caro. Graças a esta mudança é que não faltam remédios na farmácia e ainda conseguimos zerar a fila na especialidade de oftalmo e vamos buscar reduzir a fila de outras especialidades”. Ao encerrar seu depoimento, Siqueira disse estar de acordo em prestar todas as informações necessárias em relação à Secretaria mas que não via necessidade em abrir a CPI.

Alguns vereadores que assinaram o pedido de abertura da investigação passaram a dizer que não tinham informações completas. Marcos Barbosa e Elvio de Lima se manifestaram neste sentido.

As apostas nos bastidores, são de que haverá tentativa de bloquear a abertura por métodos regimentais.