Ponto fora da curva nos índices criminais do mês, os homicídios no RS registraram alta de 9,2% em agosto, com 130 vítimas contra 119 do mesmo intervalo em 2019. O número deste ano ainda é o segundo menor desde 2003, que teve 107 mortes.
O aumento no mês, contudo, não reverte o cenário acumulado desde janeiro, que segue 6,5% abaixo de igual período do ano passado, quando houve 1.254 assassinatos. O total atual, de 1.172 vítimas na soma dos oito meses, é o menor desde 2008.
Entre fatores que contribuíram para o aumento em agosto, está a baixa base de comparação com o ano anterior, quando o mês registrou queda de 39,6% em relação ao mesmo período de 2018 – a maior redução percentual para o intervalo já registrada em toda a série histórica do indicador. Além disso, de acordo com a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegada Vanessa Pitrez, a análise das ocorrências detectou uma elevação atípica no número de homicídios cuja motivação foi identificada como passional, como desavenças entre conhecidos, vizinhos e familiares. “Esses crimes são inesperados e não guardam relação com a atuação preventiva e repressiva das forças de segurança pública. Por outro lado, embora sejam difíceis de prevenir, os delitos de motivação passional acabam possibilitando a elucidação mais rápida e a responsabilização dos autores”, explica a delegada.
Capital quebra recorde na redução de homicídios:
Porto Alegre voltou a quebrar recordes na redução dos homicídios. Mesmo diante da base de comparação baixa, após encerrar 2019 com os menores índices criminais da década, a Capital conseguiu alcançar novamente os números mais baixos de toda a série histórica, tanto na leitura mensal quanto no acumulado desde janeiro.
Em agosto, os assassinatos, que haviam caído de 43, em 2018, para 17, no ano passado, tiveram nova retração, para 14 vítimas neste ano (-17,6%). O resultado passa pela quebra de outro recorde. Entre 12 e 20 de agosto, Porto Alegre ficou nove dias consecutivos sem nenhum registro de homicídio.
Desde 2015, até onde o sistema de registros permite retroceder com dados diários da estatística, a Capital nunca havia ficado um intervalo igual de dias seguidos sem assassinatos. O mais próximo, é também uma marca desse ano, com sete dias entre 26 de julho e 1º de agosto. Em 2019, por três ocasiões foram registradas sequências de seis dias sem assassinatos: em maio, de 10 a 15, e em agosto, de 1º a 6 e de 24 a 29
Na soma dos oito meses do ano, a redução também é inédita. Desde janeiro, a Capital teve 194 vítimas, 11,8% menos que as 220 do mesmo período do ano passado. Com isso, a cidade voltou a topo do ranking das 10 maiores reduções acumuladas de homicídio, ao lado de Gravataí, com 26 mortes a menos. A lista, que em julho teve nove municípios do grupo priorizados pelo programa RS Seguro, agora está com as 10 posições ocupadas por cidades que integram o foco territorial de planejamento e análise, com acompanhamento mensal pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg).
Também integrantes do conjunto de 23 cidades priorizadas pelo RS Seguro, Capão da Canoa, Esteio e Farroupilha – que no ano passado liderava o aumento de homicídios no Estado – não tiveram nenhum assassinato em agosto.
As tabelas completam estão disponíveis para página de estatísticas do site da SSP .
Fonte: SSP RS