Durante o ano de 2022 foram realizadas diversas medidas para que o contágio da Covid-19 diminuísse nos municípios da Serra Gaúcha, bem como em todo o mundo. Porém, nas últimas semanas, percebe-se um aumento no número de casos registrados da doença, e em Farroupilha não foi diferente.
Para falar mais sobre estes números elevados, a reportagem do Grupo RSCOM entrou em contato com Silvana de Lima, Diretora Geral da Secretaria Municipal de Saúde, esta que deu um panorama sobre este aumento dos casos, bem como os números ao longo de toda pandemia.
Segundo os números repassados, desde o início da pandemia foram registrados 18.749 casos de Covid-19. Deste total, 210 pessoas perderam a vida por conta do vírus. Na questão da vacinação, 165.116 doses da vacina foram aplicadas.
60.933 pessoas tomaram a primeira dose da vacina, 56.844 pessoas receberam a segunda dose, e 35.020 a terceira. 2.987 doses únicas foram aplicadas no município, porém este tipo de imunizante também necessita de reforço.
A questão recente do aumento de casos já pode ser observada desde o final de novembro e o início de dezembro. No dia 12 deste mês não existiam casos ativos, no entanto, este número está em 400 em Farroupilha. O pico de casos ativos foi de 407.
Em comparação com Caxias do Sul, maior cidade da Serra Gaúcha, onde os números também estiveram em elevação, a taxa de aumentos de casos positivos foi de 44% no último mês de novembro, mesmo que a taxa de cobertura vacinal com pelo menos uma dose seja de 83,20%, em números do último mês. Ao todo, Caxias já registrou 152.836 casos positivos, com 1.666 óbitos.
Questionada se a flexibilização das medidas restritivas contra a Covid foi um erro, Silvana respondeu negativamente:
“Não, de forma alguma. Todos os países flexibilizaram. Nós vínhamos de uma baixa de procura de atendimentos e de casos positivos muito significativa. Nós terminamos 2021 com 30, 35 atendimentos no nosso ambulatório, Centro Covid, para um três de janeiro com 350 pessoas procurando atendimento. A flexibilização das máscaras eu não acredito que não foi um erro e nem da gente tentar voltar a uma rotina normal. O isolamento é importante quando a pessoa está contaminada, porém o isolamento total foi importante pois não se tinha vacina, não se conhecia o vírus e não se conhecia como ele iria agir. O mais indicado era lockdown, era o fique em casa. Hoje nós temos proteção.”, ressaltou ela.
Outra questão importante abordada foi a baixa procura das pessoas da terceira e quarta doses do imunizante e a importância da vacina para salvar vidas:
“As pessoas não estão querendo fazer a terceira dose e a quarta dose menos ainda. Nós vamos ter que aprender com o Covid, da mesma forma que nós convivemos com a gripe. Eu entendo que essa vacina da Covid foi sim feita as pressas, diferentemente de outras vacinas que tem muitos anos de estudo, mas é o que está salvando vidas. Se nós não tivéssemos a vacina, teríamos perdido muito mais vidas. É inegável o que diminuiu a gravidade da doença e o número de casos.”
Como medidas de proteção foram ressaltadas a vacinação da população, sobretudo aqueles que estão com alguma dose atrasada ou até mesmo aqueles que ainda não tomaram nenhuma dose. Segundo Silvana, a quarta dose é de fundamental importância, tendo em vista que ela dá um ápice de imunidade de 30 dias.
Casos de sintomas gripais podem ser atendidas na Unidade Móvel, no Centro Covid, junto ao ambulatório para que seja feito a triagem de casos de sintomas gripais. Em casos positivos ela passa por consulta no ambulatório e sai medicada.
Na questão das máscaras, pessoas com comorbidades são aconselhadas a utilizar este item de prevenção. Não estar em aglomerações também deve ser levado em conta. Em ambientes de saúde (farmácias, postos de saúde, hospitais), recomenda-se o uso de máscara.
Nas festividades de final de ano, para aqueles que estão com sintomas gripais e vão passar com familiares, a recomendação é que este encontro deve ser realizado em outro momento, tendo em vista que o vírus pode ser transmitido para alguma pessoa com comorbidade e desenvolver um caso mais grave da doença.