A Secretaria da Saúde (SES) está mobilizada junto ao Ministério da Saúde e a outros órgãos para auxiliar hospitais públicos a resolverem o desabastecimento de medicamentos necessários para intubação de pacientes nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). A compra do chamado “kit intubação”, que inclui anestésicos e sedativos, é de responsabilidade dos hospitais.
Porém, de acordo com o coordenador da Política de Assistência Farmacêutica da SES, Roberto Schneiders, os gestores hospitalares relatam dificuldades em realizar as compras. “Diante desse cenário, estamos excepcionalmente nos articulando para que os hospitais públicos que estão no Plano de Contingência Hospitalar não fiquem desabastecidos neste momento de pandemia”, informou.
A SES aderiu à ata de registro de preço do Ministério da Saúde, em 2 de julho, manifestando a intenção de compra de 22 medicamentos com alta demanda para o enfrentamento à Covid-19. “Fomos um dos primeiros Estados a fazer a adesão”, disse o coordenador. O Ministério da Saúde fará o processo licitatório para Estados e capitais. Nesse processo, empresas ofertam os medicamentos, e o Estado do Rio Grande do Sul fará a compra, o armazenamento e a distribuição dos anestésicos para 296 hospitais gaúchos.
Para que a logística funcione a contento, uma vez que esses remédios não fazem parte da rotina da Coordenação da Política de Assistência Farmacêutica, a SES realiza um levantamento do consumo médio mensal de cada um dos medicamentos e os estoques restantes em cada hospital. O terceiro levantamento está em andamento e, a partir de agora, os estoques serão monitorados semanalmente (os primeiros levantamentos foram realizados em 22 de junho e 2 de julho). Para o armazenamento e distribuição das caixas, a SES contará com a parceria das Forças Armadas, pelo Comando Militar do Sul. A ação prevê a compra de medicamentos suficientes para atender a demanda de dois meses.
No Estado, a SES faz o levantamento de preços e estoques em 194 distribuidoras de medicamentos, com apoio do Conselho Regional de Farmácia do RS. Caso o mercado nacional não tenha condições de fornecer os insumos necessários, o Ministério da Saúde e a SES estão trabalhando com a possibilidade de realizar a compra no exterior, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde do Uruguai.
A SES também trabalha para sensibilizar gestores hospitalares e entidades representativas do setor a cooperarem entre si, remanejando estoques de um hospital a outro para suprir a demanda mais imediata. “É possível ajustar os desabastecimentos pontuais em curto prazo dentro de cada território por meio de compartilhamento”, afirma Roberto Schneiders.
Todas as tratativas tiveram ainda o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS), de fundações hospitalares e de entidades representativas.