O apoio dos vereadores ao decreto municipal 23.033, de 22 de março de 2024, que declarou situação de emergência em Caxias do Sul devido à proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue, ficou caracterizado durante audiência pública desta terça-feira (26), no plenário do Legislativo caxiense. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participou do encontro e reforçou as ações de combate à dengue.
A audiência foi conduzida pelo vereador Olmir Cadore (PSDB), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Os parlamentares da Casa enfatizaram a medida do prefeito Adiló Didomenico (PSDB), com o intuito de contribuir com a campanha de conscientização.
De acordo com a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi, o decreto tem validade por 90 dias, contados da última sexta-feira, cujos efeitos podem ser prorrogados até completarem 180 dias. Destacou que a medida levou em consideração o aumento do número de focos do mosquito transmissor da dengue, em quantidade superior a 420. Neste ano, o crescimento foi de 200% sobre 2023 e de 300%, se comparado com 2022. Informou que a cidade já registra 52 casos de dengue.
A chefe da pasta afirmou que o município enfrenta o momento mais adverso, desde o início da pandemia da Covid-19 em 2020. “Semana passada, chegamos, de novo, num cenário de falta de leitos, onde havia mais de 60 pessoas aguardando por um deles, junto às unidades de pronto atendimento (UPAs)”, alertou Daniele.
A diretora das Vigilâncias em Saúde de Caxias do Sul, Sandra Tonet, reiterou que o principal objetivo não é fazer pela cidade uma aplicação desenfreada de inseticida, usado para matar mosquitos adultos. Mas, sim, combater focos de proliferação do Aedes. Orientou sobre a prevenção básica, que é eliminar objetos que acumulem água, como vasos de flor. “É a prática preventiva que elimina o foco. A cidadania precisa entender que a dengue mata. Via de regra, o ovo do mosquito pode aguentar até 450 dias para encontrar dois centímetros de água e atingir o nascimento”, explicou.
Ao todo, em 2024, no Brasil, são mais de 2.265.935 infecções, segundo dados do Ministério da Saúde, com 758 pessoas mortas em decorrência da doença. Minas Gerais é o Estado com o maior número de casos, com 744.940 registros. Até agora, o Rio Grande do Sul apresenta 32,9 mil casos confirmados da doença e 45 óbitos.