A Rússia informou nesta segunda-feira, 13, que assumiu o controle do centro de Severodonetsk, cidade-chave da Ucrânia e um dos últimos redutos de Kiev em Luhanks. A informação foi confirmada pelo Estado-Maior ucraniano. “Com o apoio da artilharia, o inimigo executou um ataque a Severodonetsk, com um triunfo parcial e expulsou nossas unidades do centro da cidade. Os combates continuam”, anunciou o exército em um comunicado no Facebook. Há dias a região é o principal alvo das ofensivas russas que querem dominar Donbass.
Para as tropas de Moscou, controlar Severodonetsk abriria o caminho para assumir o comando de outra grande cidade do Donbass, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira com a Rússia, que já está parcialmente nas mãos dos separatistas e atualmente afirmaram que as últimas divisões ucranianas estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte que permitia o acesso à cidade vizinha de Lysychansk. “Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas. Três civis, incluindo uma criança de seis anos, morreram vítimas dos bombardeios das últimas 24 horas, afirmou Serguei Gaiday, governador da região de Luhansk, que nega a informação passada por Basurin.
No domingo, 12, Volodymyr Zelensky classificou os últimos combates em Severodonetsk como “muito ferozes” e afirmou que a Rússia mobilizou tropas com pouco treinamento e utiliza seus jovens como “bucha de canhão”. Contudo, não é só essa região que está sendo alvo de intensos bombardeios, no norte, três mísseis russos atingiram a cidade de Pryluky e quatro vilarejos foram evacuados devido a uma ameaça de incêndio causada por bombardeios. Mais a oeste, perto de Bucha, a polícia de Kiev informou que sete corpos foram encontrados em uma nova vala comum perto da cidade de Myrotske. “Civis foram torturados pelos russos e executados covardemente com uma bala na cabeça”, informou o chefe da polícia de Kiev, Andrei Nebytov, no Facebook. “Várias vítimas estavam com as mãos e joelhos amarrados”, acrescentou.
Nesta segunda, a Rússia foi acusada pela Anistia Internacional de crimes de guerra cometidos na Ucrânia na invasão que já dura quatro meses. Após uma investigação, a ONG de defesa dos direitos humanos afirma ter encontrado evidências de que em sete ataques realizados na cidade de Kharkiv as forças russas usaram bombas de fragmentação do tipo N210 e 9N235 e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.
Fonte: Jovem Pan