A confiança do empresário industrial gaúcho no mês de novembro continua em patamares altos. Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) mostra que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) atingiu 65,1 pontos, 0,2 a mais do que o registrado em outubro. Isso demonstra estabilidade na confiança da indústria local.
Entre os dias 3 e 12 de novembro, foram ouvidas 198 empresas, sendo 43 pequenas, 58 médias e 97 grandes. O ICEI-RS varia de 0 a 100 pontos, com valores acima de 50 pontos indicando confiança do empresário e abaixo disso indicando falta de confiança.
O Índice de Condições Atuais, que compõe o ICEI, alcançou 62,9 pontos, um aumento de 2,2 com relação ao mês anterior. Já o Índice de Condições das Empresas, que completa a composição geral, atingiu o seu recorde histórico: 64,6 pontos, ante os 62,7 de outubro.
“O ICEI é utilizado para avaliar, na visão dos empresários, a situação atual e as expectativas da economia brasileira, do estado e da própria empresa. Ele é um indicador que pode ser chamado de antecedente, usado para indicar mudanças na tendência da produção no Rio Grande do Sul, bem como a confirmação dessa tendência”, explica o economista-chefe da FIERGS, André Nunes.
Segundo o economista, o ICEI auxilia, ainda, na previsão do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, “uma vez que empresários confiantes tendem a aumentar investimentos e produção para atender o esperado crescimento da demanda.”
Por conta da pandemia do novo coronavírus neste ano, a maior queda no nível de confiança da indústria foi registrada no primeiro semestre, com pico entre abril e maio – passou de mais de 66,9 pontos em fevereiro para 32 em maio. “O ICEI existe desde 2005 e a gente nunca tinha visto um período de confiança tão baixa”, lembra Nunes. “Isso é reflexo da incerteza, da dificuldade que os empresários tiveram naquele momento, de não vislumbrarem uma saída para essa situação de pandemia.”
Com a retomada das atividades, o empresário industrial, segundo indica a pesquisa, foi retomando também a confiança. “As medidas adotadas pelo governo, como o auxílio emergencial e redução de jornada, ajudaram no restabelecimento da demanda e fizeram com que a pandemia fosse mais bem compreendida entre os empresários”, avalia o economista.
No geral, o resultado de novembro, frente aos meses anteriores, superou as expectativas. “É um cenário bastante positivo do ponto de vista do empresário industrial, em que ele olha para a situação atual e demonstra satisfação e otimismo com relação ao futuro”, opina André Nunes.
A pesquisa é confidencial, por isso os nomes das indústrias que responderam às perguntas não são divulgados.
Fonte: Brasil 61