O governo do Rio Grande do Sul falou, na manhã de quinta-feira (28), em Caxias do Sul, sobre reajuste do contrato com a Concessionária Serra Gaúcha (CSG) para destravar obras de duplicação da RSC 453, entre Garibaldi e Farroupilha, e executar projetos de resiliência em áreas atingidas por enchentes e deslizamentos. O assunto foi debatido durante o Fórum de Competitividade, que reuniu autoridades, empresários e lideranças locais.
O secretário de Parcerias do RS, Pedro Capeluppi, explicou que o reequilíbrio do contrato será feito com aporte do Estado, sem alteração no valor da tarifa, permitindo a retomada do cronograma das obras.
“Esse ajuste é necessário devido às obras de resiliência provocadas pelas enchentes. O Estado fará o aporte para viabilizar o cronograma e o início da duplicação da RSC 453”, disse Capeluppi.
O governador Eduardo Leite destacou os avanços do estado, mas lembrou que o RS ainda enfrenta déficit fiscal e limitações nos investimentos próprios.
“Nosso ritmo de investimentos e avanço na competitividade depende do avanço das concessões e parceria com a iniciativa privada”, afirmou Leite.
Ele confirmou que cerca de R$ 250 milhões serão aplicados em obras não previstas no contrato, incluindo contenções de encostas, reforço de pontes, drenagem e recuperação de trechos danificados em áreas atingidas por deslizamentos e enchentes.
Durante o fórum, o empresário Daniel Randon manifestou preocupação com a reforma tributária, alertando que o novo modelo pode encarecer a matéria-prima da indústria metal-mecânica e outros setores.
“Juntamente com a precária logística do estado, este fator impacta diretamente o protagonismo do RS na competitividade nacional”, destacou.
O presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, ressaltou que em muitas regiões do Brasil e do mundo existem rodovias concedidas, duplicadas e mantidas em condições adequadas.
“Aqui no Rio Grande do Sul, só conseguimos conceder um bloco. Se não destravarmos a questão das rodovias e da logística, não seremos competitivos”, enfatizou.
Mauro Bellini citou a metáfora do “caranguejo na panela” para ilustrar a dificuldade em avançar com projetos no estado:
“Antigamente se dizia que quando se colocavam vários caranguejos em água quente, eles pulavam da panela, por isso foi criada a tampa. Mas aqui não é preciso tampar, porque quando um caranguejo tentar sair da panela, o outro puxa e todos acabam cozidos”.
Neco Argenta lembrou que os problemas atuais são fruto de decisões das últimas décadas, com atraso na duplicação de estradas e resistência a pedágios.
“Não é mais admissível não ter uma rodovia duplicada entre a Serra e Porto Alegre. Não se pode mais esperar cinco anos; isso deve ser feito em dois anos”, afirmou.
O Fórum de Competitividade destacou que o avanço das concessões e das parcerias com a iniciativa privada é essencial para aumentar os investimentos e a competitividade do Rio Grande do Sul e da Serra Gaúcha, além de destravar projetos estratégicos de resiliência, garantindo segurança e infraestrutura para a população em regiões afetadas por eventos climáticos extremos.