A Defesa Civil monitora a evolução do rio Uruguai nas cidades da Fronteira-Oeste e aguarda o retorno à calha. A preocupação é maior para o avanço das águas na cabeceira do rio. As chuvas das últimas 36 horas castigam a população ribeirinha. Em Iraí, a medida atingiu 10,67 metros, crescendo acentuadamente, acima da cota de cheia 8 metros. Itapiranga também sobe atingindo 8,08 metros, na marca de inundação.
Já em Alto Uruguai, Porto Mauá e Garruchos o nível do rio oscila também crescendo. Em São Borja, o Uruguai mede 10,56 m, dentro da cota de inundação de 9 m, recuando. Itaqui marca 10,07 m (cota de inundação de 8,30 m), oscilando desde a tarde de segunda. Em Uruguaiana, o rio medindo 9,87 m, (cota de inundação 8,50 m), estacionário. “É a maior marca anotada em 2023”, salienta Paulo Woutheres, da Defesa Civil.
Em São Borja as primeiras das 72 famílias afetadas, por conta das chuvas começaram a retornar para suas casas. O coordenador da Defesa Civil municipal, Moacir Tiecher, pede para que as famílias somente retornem com segurança. De acordo com Tiecher, teve início a higienização dos bares do Cais do Porto, do entorno do Cais e das moradias afetadas. Também se espera a redução da umidade da área. Estima-se que o retorno completo acontecerá até o final de semana. Oficialmente, nos 10 dias de enchente, são 226 pessoas afetadas pela corrente d’água, entre desabrigadas e desalojadas.
Em Itaqui, o número chegou a 257 pessoas atingidas pela enchente, sendo 199 desalojadas e 58 desabrigadas, parte assistida no Ginásio Castelão. São 64 volantes e 18 casas fixas afetadas. A balsa entre Itaqui e Alvear, na Argentina, permanece fora de serviço. É a maior enchente do ano no município.
Uruguaiana manteve sete famílias desabrigadas dos bairros Mascarenhas de Moraes e Santo Antônio (23 pessoas) atendidas nos Centros Esportivos Zona Leste e Nova Esperança. E outras 66 desalojadas (279 pessoas) direcionadas a casas de parentes, amigos ou optaram por barracas. Um total de 302 pessoas. As ruas Vasco Alves no centro e Rodrigues Portugal no bairro Nova Esperança estão parcialmente alagadas e com o tráfego interrompido.
Em Alegrete, de acordo com Renato Grande, coordenador da Defesa Civil municipal, o rio Ibirapuitã preocupa. Deixou a marca de 1,49m para 7,65 m, em 30 horas, ultrapassando a cota de atenção de 7,50 m. “Choveu muito na cabeceira, em Sant’Ana do Livramento. Um repique a caminho”, presume. Em Barra do Quaraí, o rio Quaraí medindo 7,96 m (cota de cheia 8,50 m), mantendo o viés de alta. Em Uruguaiana o rio está na beira da orla do Uruguai.
Fonte: Fred Marcovici/Correio do Povo