Quatro vereadores e uma advogada, além de assessores e pais de alunos. Um total de 65 assinaturas no livro de presença da Câmara. Assim foi a reunião promovida por iniciativa do vereador Moacir Camerini para debater a questão das vagas – ou falta delas- na rede pública municipal. Estavam convidados para o encontro e não compareceram, representantes da Coordenadoria Estadual de Educação, a Secretaria Municipal e Educação, o Conselho Tutelar, o Ministério Público e Defensoria Pública. Perderam uma boa oportunidade de conhecer parte da situação vivida pelo município sob a ótica de pais que se sentem desamparados.
A reunião surgiu após inúmeras queixas de pais chegarem ao vereador. Ele participa de um grupo de conversas por rede social que reúne cerca de 70 pessoas. Em comum, as queixas sobre dificuldades em acomodar seus filhos em escolas próximas à sua residência.
A solução apontada pela advogada Simone Serafini, que participou voluntariamente do encontro, é que seja formada uma comissão para buscar os direitos de matrícula junto à defensoria pública. “Notamos que a Prefeitura está resistindo até na Justiça para atender a todas as demandas. Então não adianta conversar com a Secretária da escola, pois ela não vai resolver a situação”.
Uma das queixas mais graves trazida por duas famílias é a de que a escola infantil em que a Prefeitura comprou vaga, queria cobrar “diferença” dos pais para que seus filhos obtivessem o mesmo tratamento das demais.
Segundo a mãe Angelita, moradora do Borgo, a vaga para seu filho na escola Alfredo Aveline só surgiu no sábado pela manhã, quando uma nova turma foi aberta na escola. “Pelo menos eles desistiram da ideia que vinham falando, de fazer turmas mistas, de jardim A e B. Seria muito ruim para as crianças.
A mãe Sílvia, moradora do residencial Novo Futuro, tem outra queixa: ela e o marido trabalham e não conseguem vaga no Ceacri para deixar o filho de cinco anos no contra turno escolar. “A assistente social disse que não temos pontuação necessária. Isso aconteceria se meu marido me batesse ou representasse perigo para a criança. Um absurdo. Preciso deixar o guri sozinho, dentro do apartamento durante as tardes pra poder trabalhar. Silvia reclama da falta de segurança no conjunto residencial. “Estamos abandonados lá”.
As reclamações mais frequentes são a de colocação dos filhos em escolas longe da residência e que as famílias acabam sendo pegas de surpresa com as situações que surgem. Ao final do encontro ficou o compromisso da montagem de uma comissão de pais, a ser acompanhada pelo vereador Camerini e pela advogada Simone para que as diferentes gestões de pais sejam encaminhadas à Defensoria Pública.
Os vereadores Agostinho Petrolli, Idasir dos Santos e Gustavo Sperotto também participaram do encontro e emprestaram apoio às famílias. O vereador Idasir lamenta a ausência dos representantes dos poderes públicos. “Poderiam ter vindo dialogar com estes pais”, conclui.