Bento Gonçalves

Réu admite pela primeira vez que dirigia o carro que matou advogada em Bento

Réu admite pela primeira vez que dirigia o carro que matou advogada em Bento


O réu Robson Poloni de Oliveira, de 26 anos, que responde a júri popular por homicídio doloso como o principal suspeito do atropelamento que causou a morte da advogada Eliana Nunes Boniatti no dia 11 de fevereiro de 2012 em Bento Gonçalves mudou a versão do ocorrido em seu depoimento que iniciou na manhã desta sexta-feira, dia 14, e admitiu que dirigia o veículo no momento do acidente.

Esta é a primeira vez que Oliveira admite que estava dirigindo o carro que atropelou cinco pessoas na rua Erny Hugo Dreher e provocou a morte da advogada. Diante do tribunal do júri, o réu disse que tinha película no carro e que, por isso, não tinha muito campo de visão e que viu duas pessoas quando já estava muito próximo delas e que não teria tido condições de evitar o atropelamento. Além disso, Oliveira afirmou que o celular teria tocado e que ele atendeu o telefonema no momento do acidente.

Réu iniciou depoimento por volta das 11 horas da manhã (Foto: Bruno Mezzomo)

O júri do caso ocorre depois de cinco anos e cinco meses do atropelamento. Segundo a denúncia do Ministério Público, Oliveira assumiu o risco de produzir o resultado e impossibilitou a defesa da vítima, o que caracteriza o dolo eventual, e por isso será julgado por júri popular. A defesa tentou descaracterizar o crime para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e conseguiu uma série de adiamentos, mas a tese restou derrotada.

O recurso da defesa contra a decisão de abril de 2013 do juiz Rudolf Carlos Reitz em primeira instância havia sido julgado improcedente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), no ano passado, mantendo a decisão da justiça de Bento Gonçalves, por dois votos a um.

O acusado se apresentou à Polícia Civil 17 dias depois do acidente e negou que estivesse dirigindo o veículo. Ele chegou a ser preso no Presídio Estadual de Bento Gonçalves, onde permaneceu recolhido até o dia 10 de abril, quando um habeas corpus o colocou em liberdade, condição na qual ele aguarda o julgamento.

Em juízo, Oliveira havia dito que estava em casa no horário do acidente, e disse que não sabia quem dirigia o veículo. Depois, contrariando a própria versão, disse que não revelaria quem seria o motorista no momento do acidente e contou que ficou sabendo sobre o acidente somente depois que o carro havia sido devolvido.

Oliveira está sendo julgado por homicídio com dolo eventual qualificado, já que ele assumiu o risco de produzir o resultado e impossibilitou a defesa da vítima. Além disso, ele responde por lesão corporal grave, lesão corporal leve, afastamento do local do atropelamento e omissão de socorro.

O júri, presidido pelo juiz Nilton Luís Elsenbruch Filomena, que substitui à juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, deve seguir à tarde.