Uma obra aguardada há mais de uma década irá começar ainda neste mês em um dos principais prédios públicos do Estado, no Centro Histórico de Porto Alegre. A Secretaria de Obras Públicas (SOP) deu ordem de início para a restauração das fachadas e do pórtico existente entre os dois prédios da Secretaria da Fazenda (Sefaz), na quadra entre a Rua Siqueira Campos e a Avenida Mauá. As primeiras estruturas para montar os andaimes chegaram, e mobilização das equipes já começou.
Com a definição de cronograma, a Sefaz dá início a um trabalho de preservação e valorização de seu prédio-sede, obra arquitetônica neoclássica de Theóphilo Borges de Barros, considerada patrimônio do Estado desde 1987. O projeto de restauração, que será conduzido por uma empresa especializada na conservação de bens histórico-culturais, prevê o resgate da concepção original do Casarão, cenário de grande parte da história do Rio Grande do Sul.
Com investimentos de R$ 8,3 milhões do governo do Estado, os trabalhos estão a cargo da Estúdio Sarasá Conservação e Restauro S/S LTDA, de São Paulo. O prazo de execução dos serviços é de 720 dias, e a fiscalização dos trabalhos será feita pela 1ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), de Porto Alegre.
Segundo a diretora de administração da Sefaz, Adriana Oliveira da Silva, no período de dois anos, serão recuperados e pintados os revestimentos, os ornamentos e as esquadrias dos quatro lados da construção, bem como dos pátios internos e poços de luz. O canteiro de obras já está sendo estruturado, e as atividades devem começar ainda em janeiro, pelo bloco da Siqueira Campos.
Por meio de uma decapagem criteriosa, pontual e sequencial das camadas de tintas existentes sobre as paredes da fachada, observou-se que a construção possuía, em seus primórdios, cores em tons de ocre e bege claro. Os tons cromáticos serão mantidos, como forma de destacar a volumetria dos elementos e respeitar os padrões estéticos da época.
Construção centenária
Os prédios que sediam a Sefaz foram construídos a partir de 1919, em várias etapas. O primeiro bloco, que faz frente pela Avenida Mauá, foi edificado na década de 1920, constituído de porão e dois pavimentos, e abrigava a administração do Porto. Na década seguinte, a construção recebeu acréscimo de mais um pavimento, passando a abrigar também o Banco do Estado do Rio Grande do Sul e a Sefaz. Nos anos 1950, mais dois pavimentos foram adicionados.
Já o bloco da Siqueira Campos ganhou forma nos anos de 1930, tendo um porão e três pavimentos e sendo ocupado pela SOP. Na década de 1950, recebeu mais três pavimentos e passou a abrigar o Tribunal de Justiça do Estado. Só no final dos anos 1970 a Sefaz passaria a utilizá-lo.
Nos anos 1980, com o tombamento da Praça da Alfândega e de seu entorno, o conjunto edificado da Sefaz passou a ser considerado patrimônio do Estado, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).
Fonte: Governo do Estado