Cidades

Reforma da previdência deve ser votada em fevereiro de 2018

Reforma da previdência deve ser votada em fevereiro de 2018

Desde que conseguiu a aprovação da reforma trabalhista, Michel Temer (PMDB) elegeu a reforma da previdência como a grande prioridade do seu governo. Apesar disso, a articulação para que a base governista conseguisse os 308 para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional não foi suficiente para colocar a matéria em votação neste ano. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a proposta será levada para apreciação do plenário em fevereiro do ano que vem. Ele acredita que até lá o governo já terá os votos necessários para a aprovação.

A reforma da previdência vem sendo discutida desde o início deste ano na câmara. Desde lá, a proposta já sofreu diversas modificações. O novo texto, que irá a plenário em fevereiro, seria lido na sessão desta quinta-feira, dia 14. O relator da proposta, Arthur Maia (PPS-BA), acabou desistindo de realizar a leitura e argumentou que a proposta precisa constar oficialmente na pauta. A tendência, com isso, é que o novo texto seja conhecido no dia 5 de fevereiro.

Pepe Vargas (PT) diz que a reforma penaliza os trabalhadores mais pobres (Foto: Divulgação)

Para o deputado Pepe Vargas (PT), a proposta segue penalizando os trabalhadores e as pessoas mais humildes. Segundo ele, a população já entendeu isso e precisa pressionar os deputados para que rejeitem a matéria. “É uma proposta que tem um grande repudio por parte da população brasileira. O que é compreensível, porque a proposta penaliza justamente as pessoas que ganham menos. As pessoas estão fazendo as contas e vendo o quanto se prejudicarão. Boa parte das pessoas não conseguirá mais se aposentar, porque não vão conseguir atender os requisitos que eles querem exigir. Outros, para conseguir se aposentar ganhando o valor integral da aposentadoria, terão que trabalhar e contribuir por 40, 49 anos, conforme o caso. E nem sempre as pessoas ficam plenamente empregadas ao longo de sua vida. Então pelas regras que estão colocando as pessoas sequer vão conseguir se aposentar”, argumenta Pepe.

Ainda conforme o petista, a articulação realizada pelo governo de Michel Temer para alcançar os votos necessários é antiética. “O governo Temer vem agindo de forma, eu diria até espúria, na medida em que fica oferecendo coisas para deputados mudarem de opinião. Oferecendo cargos no governo, dizendo que se votarem a favor vão liberar recursos do orçamento da união para que esses deputados possam indicar onde esses recursos vão ser aplicados. Todas essas manobras, no meu ver antiéticas, para conseguir os votos para a aprovação”, revela.

Mauro Pereira (PMDB) diz que ainda não definiu o voto (Foto: Divulgação)

Já o deputado Mauro Pereira (PMDB), apesar de pertencer à base do governo de Temer, diz que ainda não definiu seu voto. Ele critica entidades que espalharam outdoors com a foto dele e de outros parlamentares com imagens afirmando que eles votaram a favor da reforma. “Há quatro meses eu vi um cartaz na cidade que eu votei contra os aposentados. Mas essa votação ainda não aconteceu ainda. Se vocês lembrarem bem, em 2015 e 2016, era uma das principais bandeiras da presidenta Dilma Rousseff, inclusive com os deputados do PT defendendo a reforma. No meu caso, eu ainda não estou com meu voto decidido, porque nós ainda estamos conversando, debatendo e mudando a reforma para não prejudicar àqueles que ganham pouco”, afirma o peemedebista.

Mauro Pereira também diz que o novo texto deve trazer avanços em relação ao que vinha sendo apresentado. “Nós temos que procurar, quando fazer a reforma, tirar daqueles que ganham muito para prestigiar a reforma da previdência. Em diversos pontos houve um acordo para ficar igual está hoje, mas mesmo assim ainda não chegamos a um consenso”, explica.