Acidente

Radialista Ricardo Ló morre atropelado em Farroupilha

Comunicador se dedicou ao rádio por mais de 40 anos

(Foto: Dilvugação)
(Foto: Dilvugação)

No início da manhã deste domingo (12), por volta das 6h15, o radialista Ricardo Ló foi atropelado na rua 13 de Maio, na esquina com a Armando Antonello, no bairro São Luiz em Farroupilha. Aos 71 anos, Ló não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Conforme informações preliminares, o carro que acertou Ricardo fugiu em seguida. Ele estava indo em direção à Caravaggio, onde iria se preparar para mais uma jornada de trabalho.

Atenderam a ocorrência, Brigada Militar, SAMU e Bombeiros Voluntários.

O corpo de Ricardo Ló está sendo velado na Capela B do Memorial São José, em Farroupilha. O Sepultamento está previsto para esta segunda-feira (13), às 9h no Cemitério Público Municipal de Farroupilha.

Conheça a história de Ricardo Ló

Em 1975 iniciou com as reportagens dos jogos do Brasil de Farroupilha. Sua estreia foi no estádio Baixada Rubra, que havia na Rua Barão do Rio Branco. De lá para cá não parou mais. O fascínio pelo rádio começou cedo para ele, que estudou dos 10 aos 20 anos em seminário, já que o desejo era ser padre. Aliás, foi exatamente por causa de um religioso, que mexia com radio difusão, que Ló conheceu o mundo do qual faria parte. A boa leitura cooperou para que ganhasse espaço naquela época. Foi para São Paulo, onde ficou por três anos, no final dos anos 60, início dos 70, justamente quando a Rádio América de lá foi assumida pelos padres paulinos e ele então, ficou com a apresentação das festas.

De volta a Farroupilha, passou a dar aulas de Religião e de Música até que passou em um concurso para locutor, em 1974. Não saiu mais das rádios. Passou por várias como repórter esportivo e em 1993 retornou à Rádio Miriam, na qual estava até hoje. Às 5h30 apresentou o Programa Bom Dia; às 8h30 e às 12h, informativos esportivos e das 13h às 14h, o Tribuna, programa de debates. Aos domingos, das 9h30 às 11h, comandava o programa Cultura Italiana. Isso tudo porque já está aposentado, mas não se via longe do trabalho que tanto gostava.

Ló usou, ao longo de sua carreira, o microfone para falar de futebol. “A experiência costuma ser requisitada como conselheira para os iniciantes. Trabalhar em rádio requer quesitos fundamentais: vontade e esquecer de olhar no relógio, sem se preocupar com o tempo, com os finais de semana. Eu passei, como ainda passo os finais de semana da mesma forma: trabalhando”.

O fato de não ter se casado e nem de ter filhos contribuiu para a dedicação que Ricardo Ló dispensava na profissão. “Preferi casar com a rádio”, brincou. Tal casamento duraria muito mais tempo.

“Trabalhar em rádio requer quesitos fundamentais: vontade e esquecer de olhar no relógio”

Aos 48 anos de profissão trouxeram muitos acontecimentos inesquecíveis. “Estava cobrindo um GreNal, com microfone de fio na época. Chovia muito em campo e fui atingido por um raio, que pegou no microfone e me derrubou desmaiado. Cai em cima dos painéis do Beira Rio e fiz 13 pontos na cabeça. Foi um susto e tanto!”.

Raio foi um. Mas quedas de árvores para instalar o equipamento com o qual trabalhava, perdeu a conta. Até de touro já correu.  O radialista, que também já foi patrão de CTG, recebeu o apelido Xirú de um vivente do Quaraí, que declamava poesia na rádio. O apelido
pegou, mas ele prefere ser chamado pelo nome. Nem todas as pessoas podem saber que aquele homem grandão e simpático tratava-se do Ricardo Ló, do esporte da rádio Miriam.

Informações de O Farroupilha, em 2016, ao ser agraciado com o título Mérito Esportivo