Eu já tinha assistido palestra do economista Ricardo Amorin e confesso não ter saído muito feliz. Desta vez porém, na abertura da Expoagas e convenção supermercadista, na Fiergs, em Porto Alegre, gostei.
O cara se comunica fácil, faz umas metáforas utilizando o futebol – com maior competência do que Lula fazia – é até engraçado num tema tão árido quanto a economia. Mas ninguém ri. Ou é sutileza demais ou, provavelmente, por se tratar de assunto que deixa a todos com os nervos à flor da pele em tempos tão difíceis. Não dá pra descontrair.
Mais do que da forma, gostei do conteúdo exposto pelo Amorim. Ele afirma categoricamente que os tempos duros que enfrentamos estão chegando ao fim e só não estamos mais adiantados na retomada por conta do Joesley Batista e sua delação.
Amorin aposta em mais queda da inflação e por conta disso uma taxa de juros básica estabilizando em seis ou sete por cento. Inflação baixa também significa dólar num patamar aceitável – nem muito apreciado nem depreciado. O conjunto destes indicadores atrairá investimento estrangeiro, que significa mais emprego que por sua vez significa renda e mais poder de consumo. Quem não gosta?
Ampara suas assertivas por um conjunto de indicadores e com gráfico que remonta todo o século XX. Sempre três anos de recessão braba são encerados por uma ruptura política e depois a retomada com anos de crescimento que na média ficam em sete por cento ao ano. Os três anos de recessão se foram, a ruptura política veio com a queda de Dilma e agora aguardemos ansiosamante por uma retomada segura.
Para Amorim, mesmo que Temer erre tudo, não conseguirá evitar a retomada do crescimento, porque ela faz parte de um ciclo. Assim como o Brasil, China, India e Indonésia serão destino certo para inversão de capital estrangeiro.
Por favor, não venham contestar o Ricardo Amorim. Eu e todos os supermercadistas que assistiram a palestra saímos muito felizes e queremos que ele não esteja errado. É preciso que voltemos a crescer e que possamos surfar nesta nova onda de prosperidade.