Justiça

Quatro estudantes de medicina são denunciados por burlar sistema de vacinação contra covid no RS

Quatro estudantes de medicina são denunciados por burlar sistema de vacinação contra covid no RS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta quarta-feira, 1º de setembro, quatro estudantes de medicina com idades entre 22 e 25 anos, todos moradores de Porto Alegre, pelos crimes de falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva.

A promotora de Justiça Maria Alice Buttini explica que, em 10 de maio deste ano, os quatro amigos, prevalecendo-se do fato de serem estudantes do curso de graduação em medicina e de estarem atuando em estágio de campo, o que os incluiria no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19, compareceram em uma farmácia do Bairro Petrópolis, em Porto Alegre, e, omitindo o fato de que já haviam recebido a primeira dose da vacina Coronavac, receberam, antes do prazo previsto para o recebimento da segunda dose, nova dose de vacina, agora da marca Astrazeneca. A fraude foi aplicada pelo fato de que as pesquisas científicas demonstravam maior eficácia desta última contra o novo coronavírus.

“Assim, os denunciados fizeram inserir em uma nova carteira de vacinação que obtiveram falsa declaração de que estavam recebendo a primeira dose da vacina e, ao mesmo tempo, omitiram em suas carteiras de vacinação o recebimento da segunda dose”, fundamentou a promotora na peça.

O golpe somente foi descoberto no momento em que, após a aplicação das vacinas, a profissional de saúde que lhes atendeu foi realizar o lançamento da dose aplicada no sistema de controle vacinal da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, sendo que, ao constatar a duplicidade de primeiras doses, comunicou à Pró-Reitoria de Graduação da universidade em que os quatro estudam. “A conduta dos denunciados infringiu as determinações emanadas pelo Poder Público para impedir a propagação da doença contagiosa”, finalizou a promotora.

O MP não ofereceu aos denunciados proposta de acordo de não persecução penal, pois nenhum deles confessou, formal e circunstanciadamente, a prática das infrações penais que lhe são imputadas.