Agro Rural

Quatro estações meteorológicas instaladas na Serra Gaúcha permitem acesso a dados climáticos para agricultores

Os equipamentos foram instalados em Antônio Prado, Farroupilha, Garibaldi e Bento Gonçalves. Os produtores acessam os dados por meio de plataforma digital

(Foto: Roberto Gonçalves Terra, Divulgação Consevitis-RS)
(Foto: Roberto Gonçalves Terra, Divulgação Consevitis-RS)
O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), em parceria com o Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi-RS), instalou quatro novas estações meteorológicas na Serra Gaúcha. As localidades beneficiadas são Antônio Prado (Capela Caravaggio – Linha Almeida), Farroupilha (Nova Milano – Linha Boêmios), Garibaldi (São Roque Figueira de Melo) e Bento Gonçalves (Distrito de Tuiuty). Cada estação cobre um raio de até 50 km, oferecendo dados climáticos precisos aos agricultores, sem custo adicional.

Tecnologia e treinamento

Os equipamentos, adquiridos através da parceria entre Consevitis-RS e Seapi-RS, foram fornecidos pela startup Elysios, especializada em tecnologias para gestão dos agronegócios. A instalação e manutenção dos dispositivos, assim como o aplicativo Demetra para acesso às informações, são de responsabilidade da Elysios. Agricultores locais receberam treinamento para utilizar a plataforma digital, garantindo uma eficiente análise dos dados meteorológicos disponíveis em seus celulares.

Benefícios e funcionalidades

As estações meteorológicas fornecem uma variedade de dados, incluindo temperatura do ar, índice pluviométrico, previsão do tempo, radiação solar, umidade do ar, pressão atmosférica, horas de frio acumulado, molhamento foliar, umidade do solo e velocidade do vento. Luciano Rebellatto, presidente do Consevitis-RS, destaca que essas informações permitem aos técnicos e agricultores avaliar o momento ideal para diversas atividades agrícolas, como plantio, poda, tratamento de doenças, irrigação e colheita. Além disso, o sistema ajuda na prevenção de eventos climáticos adversos e na comprovação de sinistros para acionamento de seguros agrícolas.

(Foto: Roberto Gonçalves Terra, Divulgação Consevitis-RS)

Impactos econômicos e na produção

Rebellatto acrescenta que o acesso a dados meteorológicos precisos pode resultar em significativa economia de tempo e recursos, graças à aplicação mais eficiente de insumos agrícolas. Com isso, espera-se uma melhoria na produtividade e na qualidade da matéria-prima destinada à indústria vinícola, beneficiando todo o setor vitivinícola da região.

Desenvolvimento de programas de monitoramento

Flavio Varone, meteorologista e coordenador do Simagro, ressalta que as estações fazem parte de um sistema destinado à geração de produtos específicos para diversas culturas do estado. Através das informações coletadas, o Simagro, em conjunto com o Consevitis-RS, está desenvolvendo o programa Alerta Videiras. Este programa visa monitorar e prever o risco de ocorrência de doenças nas videiras no Rio Grande do Sul.

(Foto: Roberto Gonçalves Terra, Divulgação Consevitis-RS)

Decisões baseadas em dados precisos

Varone explica que o monitoramento constante de diferentes variáveis permite que os produtores controlem as condições predominantes na região, facilitando a tomada de decisões informadas nas propriedades. Além disso, os dados das estações serão incorporados ao modelo meteorológico utilizado para prever a ocorrência de doenças futuras, como o míldio, um tipo de mofo que ataca as videiras.

A instalação das novas estações meteorológicas na Serra Gaúcha representa um avanço significativo para os agricultores da região. Com acesso a informações climáticas detalhadas e em tempo real, os produtores poderão otimizar suas operações agrícolas, reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da vitivinicultura no Rio Grande do Sul.