Líderes do BRICS se reuniram nesta quinta-feira, 23, em uma videoconferência para realizar a XIV cúpula do bloco. Após ter anunciando um dia antes que queria reforças os laços com o bloco devido às sanções ocidentais que sofre desde a invasão à Ucrânia em 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu ajuda dos membros do BRICS contra as “ações egoístas” dos países do Ocidente. “Apenas com base em uma cooperação honesta e vantajosa para todos poderemos encontrar uma saída para esta situação de crise que afeta a economia mundial”, declarou o russo se referindo às sanções contra a Rússia que também têm um efeito negativo para a economia de todo mundo.
Putin aproveitou a oportunidade para denunciar as tentativas do Ocidente de “usar mecanismos financeiros para responsabilizar todos por seus próprios erros na política macroeconômica” e falou sobre a necessidade do bloco ficar unido. “Para que os países dos BRICS assumam um papel de liderança, hoje é mais necessário do que nunca elaborar uma política unificadora e positiva, a fim de criar um sistema [mundial] verdadeiramente multipolar”, disse o presidente russo. Segundo Putin, os BRICS poderiam contar com o apoio de “vários países da Ásia, África e América Latina que buscam promover uma política independente”.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, compareceu à reunião e defendeu a “reforma das organizações internacionais, como Banco Mundial, o FMI e o sistema das Nações Unidas, em especial o seu Conselho de Segurança” e falou sobre o “peso crescente das economias emergentes e em desenvolvimento deve ter a devida e merecida representação”. Participam da cúpula os seguintes presidentes: Xi Jinping, da China, Vladimir Putin, da Rússia, Cyril Ramaphosa, da África do Sul, Jair Bolsonaro, do Brasil e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Na quarta-feira, 23, Putin tinha realizado um pronunciamento e falado sobre sua intensão de reforçar os laços com o BRICS e que ações já estavam sendo realizada. “As negociações estão em andamento para abrir lojas da rede indiana na Rússia e aumentar a participação de carros chineses no mercado russo”, destacou e informou que “as entregas de petróleo russo para China e Índia estão aumentando”. Putin também informou que a Rússia quer trabalhar com seus parceiros “mecanismos alternativos de transferência internacional” e uma “moeda de reserva internacional” para reduzir a dependência do dólar e do euro. Isso seria possível por meio do Sistema Russo de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em inglês). A rede atuaria como uma alternativa para o Swift, do qual os bancos russos foram suspensos depois da invasão à Ucrânia.
*Fonte Jovem Pan