Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse nesta sexta-feira, 28, que está estudando com atenção as propostas de paz para guerra na Ucrânia dos países africanos. A declaração foi feita durante a cúpula Rússia-África que está sendo realizada nesta semana em São Petersburgo e onde as nações da região aumentaram a pressão sobre Moscou para arrumar uma saída para a guerra no Leste Europeu, que se encaminha para o segundo ano.
O encontro acontece dias após a Rússia suspender o acordo de grão com a Ucrânia, alegando que seus objetivos não foram cumpridos. Neste ano, diferente de quatro anos atrás, apenas 17 chefes de Estado africano estão presentes, o número é menos da metade dos 43 que viajaram na última edição da cúpula. O tratado, firmado no ano passado com mediação da Turquia, evitou uma crise alimentar mundial e reduziu o preço dos alimentos. Rússia e Ucrânia são dois dos maiores produtos de grãos do mundo.
A suspensão do acordo aumento a insegurança alimentar no mundo. “Respeitamos suas iniciativas para o fim do conflito e as estudamos com atenção. As tentativas anteriores de mediação estavam monopolizadas pelas chamadas “democracias avançadas’, disse Putin. Moussa Faki Mahamat, presidente da União Africana, falou sobre a necessidade do acordo de grãos ser retomado e o conflito cessado. “As disrupções nas ofertas de energia e grãos devem terminar imediatamente. O acordo de grãos deve ser prorrogado para o benefício de todas as pessoas do mundo, dos africanos em particular”, declarou. Mahamat defende que a guerra precisa acabar com base na Justiça e na razão.
A proposta africana não é bem clara, contudo, fala sobre:
- Recuo das tropas russas;
- Redução da escalada milita;
- Remoção das armas nucleares táticas enviada para a Bielorrússia;
- Alivio das sanções contra Moscou;
- Suspensão do mandado de prisão que o Tribunal Penal Internacional emitiu contra o Kremlin.
Apesar de estuda pelo russo, a Ucrânia já rechaçou a proposta. Segundo os ucranianos, ela não dá garantias de que os russos abandonariam seu território e não fala nada sobre a devolução de territórios ocupados pela Rússia, incluindo a Crimeia, anexada em 2014. Na semana passada, quando recebeu a proposta, Moscou informou que os termos africanos eram muito difíceis de aplicar e Putin não fez grande alarde ao receber o plano.
O líder russo já tinha dito em outra ocasião que estava analisando uma proposta de paz. O material em questão, era o apresentado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Celso Amorim, ex-chanceler e assessor especial para assuntos do governo, chegou a viajar para Kiev para promover o plano. Contudo, o desencontro de Lula com Volodymyr Zelensky durante a cúpula do G7 no Japão, pode ter colocado em xeque do Brasil de mediar o conflito.
Fonte: Jovem Pan