Pouco mais de seis meses após assumir a prefeitura de Caxias do Sul, o prefeito Daniel Guerra conheceu na tarde desta terça-feira, dia 13, o primeiro ato público contra a sua gestão. Cerca de 150 pessoas se reuniram às 15h no pátio da prefeitura para criticar as medidas de austeridade adotadas pelo prefeito e cobrar um maior diálogo de Guerra com a comunidade. O prefeito declarou, via assessoria, que respeita a manifestação, mas que não falaria sobre o assunto. Ao final do ato, os manifestantes anunciaram que vão retornar à prefeitura de 15 em 15 dias até que o prefeito reveja os posicionamentos em relação às políticas públicas.
O produtor cultural Robinson Cabral foi o primeiro a ocupar o microfone do carro de som. Ele criticou a postura do prefeito em diante dos problemas que surgiram ao longo destes seis meses, como a não liberação da verba para programas sociais como o Fiesporte e para a Apae. “Esse cargo parece que caiu na mão dele e ele não consegue se dar conta da importância dessas demandas para a cidade. Não perceber as demandas sociais que a gente tem é negar o que a cidade construiu por muito tempo”, declarou.
Para Robinson, a noção de gestão adotada pelo prefeito, onde o corte de gastos é o carro-chefe, prejudica ainda mais a situação econômica e social de Caxias do Sul.“Qualquer pessoa com o mínimo de senso financeiro sabe que não se trabalha gestão pública apenas cortando despesa e sim incrementando receita. E qualquer amador sabe que, ao investir em cultura, eu estou investindo em educação, em prevenção de doenças, em segurança”, argumentou.
A comissão que assumiu o comando da greve dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul também se fez presente. Uma das servidoras em greve, Geslaine França, afirma que os médicos estão dispostos a dialogar e que a manifestação é mais uma tentativa de sensibilizar o prefeito neste sentido. “A gente está tentando mobilizar o prefeito para que ele faça alguma coisa para todas essas entidades que estão aqui. Por enquanto, o prefeito se nega a qualquer diálogo. As necessidades de atendimento da população são maiores com o frio e ele simplesmente não faz nada. Nós sempre estivemos dispostos a dialogar, quem não está disposto é ele”, critica.
O líder do governo na Câmara de Vereadores, Chico Guerra (PRB), foi até parte da população que protestava para dar explicações. Ele alegou que o prefeito tem recebido as entidades e negou que há uma falta de diálogo. Para Chico Guerra, o que há uma tentativa das pessoas de tirar proveito das situações. “Toda hora ele recebe pessoas e entidades que não tem uma segunda intenção. Aquela história da velha política de que eu preciso tirar algum proveito. Isso acabou”, disse.
Outras entidades presentes no ato criticaram a postura do prefeito em relação aos animais de rua, ao fechamento temporário das cozinhas comunitárias e do albergue municipal, além da retirada do repasse para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).